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Promovido por Biden, projeto de reforma eleitoral não avança no Senado

Para impedir a votação do projeto, republicanos empregaram a regra da "obstrução", que exige a cooperação de pelo menos 60 dos 100 membros do Senado

Reforma eleitoral proposta por Biden não avança no Senado dos EUA (CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images/AFP)

Reforma eleitoral proposta por Biden não avança no Senado dos EUA (CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 09h21.

O projeto de reforma eleitoral promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi barrado de avançar no Senado nesta quarta-feira, 19. O objetivo da lei era defender o direito de voto para as minorias. Essa foi a quinta vez em menos de um ano que os republicanos bloqueiam a tentativa dos democratas em avançar com a pauta.

Para impedir a votação do projeto, republicanos empregaram a regra da "obstrução", que exige a cooperação de pelo menos 60 dos 100 membros do Senado para manter os projetos de lei vivos. Atualmente, o Senado está dividido em 50 democratas e 50 republicanos. Sem senadores republicanos quebrando fileiras, os democratas não conseguiram ultrapassar o limite de 60 votos necessário para levar o projeto à votação.

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O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, um democrata, propôs reformular a regra de obstrução, reduzindo o limite de 60 votos para 50. Porém, dois democratas, os conservadores Joe Manchin e Kyrsten Sinema, votaram contra a mudança de regras.

Estados controlados pelos republicanos aprovaram projetos de lei que, segundo especialistas, foram projetados para suprimir o voto nas eleições federais, especialmente entre eleitores negros hispânicos e pobres. Democratas e ativistas pelos direitos do sufrágio defenderam o projeto de lei como uma resposta necessária aos esforços republicanos para restringir o voto.

"Eu sei que não é 1965. É isso que me deixa tão indignado. É 2022 e eles estão descaradamente removendo mais locais de votação de condados onde negros e latinos estão super-representados", disse o democrata Cory Booker, de Nova Jersey, no Senado.

O projeto de lei de direitos de voto que foi aprovado pela Câmara, mas enterrado pelo Senado, teria estabelecido padrões mínimos de votação federal para que qualquer eleitor registrado pudesse solicitar uma cédula por correio. Também teria estabelecido pelo menos duas semanas de votação antecipada e expandido o uso de urnas que tornam a votação mais conveniente em muitas áreas.

A legislação dos democratas ainda tentava remover o partidarismo da forma como os distritos congressionais são redesenhados a cada década. Atualmente, o "gerrymandering" favorece o campo para qualquer partido que esteja no poder em vários estados.

"Estou profundamente desapontado que o Senado não tenha defendido nossa democracia. Estou desapontado, mas não dissuadido", disse Biden no Twitter, após a votação. "Continuaremos avançando na legislação necessária e pressionando por mudanças nos procedimentos do Senado que protegerão o direito fundamental ao voto", acrescentou.

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