Promessas da UE não rompem impasse sobre clima em Doha
Promessas de aumentar ajuda a países em desenvolvimento para enfrentar as mudanças climáticas não conseguiram acabar com o impasse nas conversações
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 12h38.
Doha - As promessas da União Europeia de aumentar a ajuda a países em desenvolvimento para enfrentar as mudanças climáticas não conseguiram acabar com o impasse nas conversações da ONU em Doha, no Catar, nesta quinta-feira. Segundo grupos ambientalistas, as negociações estão à beira do fracasso.
O encontro de duas semanas, com término previsto para sexta-feira, está empacado em metas modestas, tais como a ajuda e a prorrogação até 2013 de um plano da ONU para combater mudanças climáticas. As conversações não chegaram a nenhum acordo que possa coibir a crescente emissão de gases do efeito estufa no mundo.
Uma das medidas foi a decisão de vários países da UE de anunciar dinheiro extra para ajudar as nações pobres a cortar suas emissões de gases do efeito estufa e se adaptarem a mais inundações, ondas de calor, secas e elevação do nível dos mares. Nas Filipinas, esta semana o tufão Botha matou mais de 330 pessoas.
"Na realidade nós estaremos dando mais dinheiro no ano que vem e em 2014 do que nos dois últimos anos", disse à Reuters a comissária europeia para o clima, Connie Hedegaard.
Os valores prometidos por Alemanha, Grã-Bretanha, França, Suécia, Holanda, Dinamarca e a Comissão Europeia totalizaram mais de 6,85 bilhões de euros (8,95 bilhões de dólares) para os próximos dois anos -- mais do que em 2011 e 2012, disse.
As nações em desenvolvimento elogiaram a iniciativa, mas exigiram um compromisso coletivo dos países, incluindo os Estados Unidos, Austrália e Japão, para dobrar a ajuda de 10 bilhões de dólares por ano no período 2010-2012 para 20 bilhões de dólares por ano em 2013-2015.
A questão financeira é um grande entrave no encontro, já que muitos países desenvolvidos estão relutantes em estabelecer novas metas de ajuda diante das dificuldades enfrentadas por suas economias.
Desde o começo os objetivos do encontro em Doha eram pouco ambiciosos, por isso um fracasso será menos impactante do que o da cúpula da ONU em 2009, quando líderes mundiais, incluindo o presidente dos EUA, Barack Obama, não conseguiram chegar a um novo acordo para combater as mudanças climáticas.
A reunião atual também busca estabelecer uma prorrogação simbólica do Protocolo de Kyoto, da ONU, pelo qual perto de 35 países se comprometeram a cortar as emissões em pelo menos 5,2 por cento abaixo dos níveis de 1990 no período de 2008-2012.
Desastre
Um grupo de proeminentes entidades ambientalistas, incluindo Greenpeace, WWF e Oxfam, afirmou estar fazendo um "chamado emergencial aos governos para que salvem Doha do desastre".
"Este tem sido quase um exercício risível", disse o chefe do Greenpeace, Kumi Naidoo, que acusou as nações desenvolvidas de fracassarem no estabelecimento de metas mais ambiciosas. A previsão é que a emissão mundial de gases do efeito estufa se expanda 2,6 por cento em 2012.
Cientistas também disseram que as conversações estavam fora de compasso com a urgência do problema. "Não estamos nos trilhos", disse à Reuters o diretor da Organização Meteorológia Mundial, Michel Jarraud. "As evidências científicas estão ficando mais fortes. A mudança climática está acontecendo diante de nossos olhos." Nações em desenvolvimento querem um cronograma para elevar a ajuda aos 100 bilhões de dólares por ano até 2020 prometidos em uma cúpula em Copenhague em 2009.
As nações desenvolvidas também prometeram 10 bilhões de dólares por ano no período 2010-2012, mas não fixaram metas para 2013-2020.
Doha - As promessas da União Europeia de aumentar a ajuda a países em desenvolvimento para enfrentar as mudanças climáticas não conseguiram acabar com o impasse nas conversações da ONU em Doha, no Catar, nesta quinta-feira. Segundo grupos ambientalistas, as negociações estão à beira do fracasso.
O encontro de duas semanas, com término previsto para sexta-feira, está empacado em metas modestas, tais como a ajuda e a prorrogação até 2013 de um plano da ONU para combater mudanças climáticas. As conversações não chegaram a nenhum acordo que possa coibir a crescente emissão de gases do efeito estufa no mundo.
Uma das medidas foi a decisão de vários países da UE de anunciar dinheiro extra para ajudar as nações pobres a cortar suas emissões de gases do efeito estufa e se adaptarem a mais inundações, ondas de calor, secas e elevação do nível dos mares. Nas Filipinas, esta semana o tufão Botha matou mais de 330 pessoas.
"Na realidade nós estaremos dando mais dinheiro no ano que vem e em 2014 do que nos dois últimos anos", disse à Reuters a comissária europeia para o clima, Connie Hedegaard.
Os valores prometidos por Alemanha, Grã-Bretanha, França, Suécia, Holanda, Dinamarca e a Comissão Europeia totalizaram mais de 6,85 bilhões de euros (8,95 bilhões de dólares) para os próximos dois anos -- mais do que em 2011 e 2012, disse.
As nações em desenvolvimento elogiaram a iniciativa, mas exigiram um compromisso coletivo dos países, incluindo os Estados Unidos, Austrália e Japão, para dobrar a ajuda de 10 bilhões de dólares por ano no período 2010-2012 para 20 bilhões de dólares por ano em 2013-2015.
A questão financeira é um grande entrave no encontro, já que muitos países desenvolvidos estão relutantes em estabelecer novas metas de ajuda diante das dificuldades enfrentadas por suas economias.
Desde o começo os objetivos do encontro em Doha eram pouco ambiciosos, por isso um fracasso será menos impactante do que o da cúpula da ONU em 2009, quando líderes mundiais, incluindo o presidente dos EUA, Barack Obama, não conseguiram chegar a um novo acordo para combater as mudanças climáticas.
A reunião atual também busca estabelecer uma prorrogação simbólica do Protocolo de Kyoto, da ONU, pelo qual perto de 35 países se comprometeram a cortar as emissões em pelo menos 5,2 por cento abaixo dos níveis de 1990 no período de 2008-2012.
Desastre
Um grupo de proeminentes entidades ambientalistas, incluindo Greenpeace, WWF e Oxfam, afirmou estar fazendo um "chamado emergencial aos governos para que salvem Doha do desastre".
"Este tem sido quase um exercício risível", disse o chefe do Greenpeace, Kumi Naidoo, que acusou as nações desenvolvidas de fracassarem no estabelecimento de metas mais ambiciosas. A previsão é que a emissão mundial de gases do efeito estufa se expanda 2,6 por cento em 2012.
Cientistas também disseram que as conversações estavam fora de compasso com a urgência do problema. "Não estamos nos trilhos", disse à Reuters o diretor da Organização Meteorológia Mundial, Michel Jarraud. "As evidências científicas estão ficando mais fortes. A mudança climática está acontecendo diante de nossos olhos." Nações em desenvolvimento querem um cronograma para elevar a ajuda aos 100 bilhões de dólares por ano até 2020 prometidos em uma cúpula em Copenhague em 2009.
As nações desenvolvidas também prometeram 10 bilhões de dólares por ano no período 2010-2012, mas não fixaram metas para 2013-2020.