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Projeto quer reduzir mortes durante gravidez na Amazônia

Mamás del río é uma iniciativa que procura reduzir a mortalidade materna e infantil em comunidades afastadas da Amazônia peruana

Amazônia: o método, que está em fase de testes até março de 2016, consiste em formar moradores (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de dezembro de 2015 às 09h36.

Lima - Mamás del río (Mães do rio, em tradução livre) é uma iniciativa que procura reduzir a mortalidade materna e infantil em comunidades afastadas da Amazônia peruana a partir da formação dos moradores da região e da inovação tecnológica.

Cerca de 80% das mulheres que vivem na bacia do rio Marañón, na região amazônica de Loreto, dão à luz em casa, e em alguns casos estes partos se complicam pelas complexas condições sanitárias do lugar, explicou à Efe a promotora da iniciativa, a pesquisadora da Universidade Cayetano Heredia, Magaly Blas.

Desde março deste ano o projeto trabalha junto com os moradores da bacia para melhorar esta situação e oferece assistência em 13 comunidades aonde só é possível entrar de barco, em uma viagem que pode durar até 14 horas.

O método, que está em fase de testes até março de 2016, consiste em formar moradores, "que em sua maioria não chegaram a terminar o primário, mas têm experiência em partos", como agentes comunitários para o controle pré-natal, o parto e o registro dos recém-nascidos.

O financiamento desta fase inicial, de 100 mil dólares canadenses (R$ 278 mil), provém do Grand Challenges Canadá (GCC) e do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica (Concytec) do Peru e está apoiada pela Direção Regional de Saúde de Loreto e pela prefeitura de Parinari.

Na segunda fase a expectativa é conseguir entre US$ 250 mil e US$ 1 milhão por via pública ou privada para dar continuidade ao projeto.

Para comunicar as emergências sanitárias de maternidade e enviar informação à embarcação médica Amazon Hope, que se dedica a prestar atenção sanitária a estas comunidades junto com os centros de saúde públicos, os agentes utilizam um aplicativo de celular que funciona com dados digitais de caráter público (open data).

O acesso à eletricidade nesta região é difícil, só algumas casas têm um gerador e para carregar um telefone celular seria preciso investir 13 soles (R$ 14), o que representa 65% da renda média mensal de uma família nesta área, explicou Blas.

Por este motivo, a organização fornece carregadores solares aos agentes, que acompanham as mulheres desde o começo da gestação com uma visita semanal, com controles pré-natais para prevenir infecções e com a criação de uma "mini história eletrônica" que começa assim que a mulher é identificada como grávida.

Os agentes enviam a informação via celular e esse acompanhamento continua até depois do nascimento da criança, para o trâmite de seu registro no cartório Nacional de Identificação e Estado Civil (Reniec) e assim "facilitar a gestão para solicitar o documento de identificação do recém-nascido e seu acesso aos programas sociais do governo".

O Mamás del río tem um censo estimado de 800 mulheres em idade fértil (entre 10 e 45 anos) em uma região onde a média são cinco filhos por família, explicou Blas.

Com este acompanhamento, a organização quer "encorajar as mulheres a frequentar os controles dos centros de saúde e evitar a mortalidade entre as gestantes", 100 na primeira fase do projeto.

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Lima - Mamás del río (Mães do rio, em tradução livre) é uma iniciativa que procura reduzir a mortalidade materna e infantil em comunidades afastadas da Amazônia peruana a partir da formação dos moradores da região e da inovação tecnológica.

Cerca de 80% das mulheres que vivem na bacia do rio Marañón, na região amazônica de Loreto, dão à luz em casa, e em alguns casos estes partos se complicam pelas complexas condições sanitárias do lugar, explicou à Efe a promotora da iniciativa, a pesquisadora da Universidade Cayetano Heredia, Magaly Blas.

Desde março deste ano o projeto trabalha junto com os moradores da bacia para melhorar esta situação e oferece assistência em 13 comunidades aonde só é possível entrar de barco, em uma viagem que pode durar até 14 horas.

O método, que está em fase de testes até março de 2016, consiste em formar moradores, "que em sua maioria não chegaram a terminar o primário, mas têm experiência em partos", como agentes comunitários para o controle pré-natal, o parto e o registro dos recém-nascidos.

O financiamento desta fase inicial, de 100 mil dólares canadenses (R$ 278 mil), provém do Grand Challenges Canadá (GCC) e do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica (Concytec) do Peru e está apoiada pela Direção Regional de Saúde de Loreto e pela prefeitura de Parinari.

Na segunda fase a expectativa é conseguir entre US$ 250 mil e US$ 1 milhão por via pública ou privada para dar continuidade ao projeto.

Para comunicar as emergências sanitárias de maternidade e enviar informação à embarcação médica Amazon Hope, que se dedica a prestar atenção sanitária a estas comunidades junto com os centros de saúde públicos, os agentes utilizam um aplicativo de celular que funciona com dados digitais de caráter público (open data).

O acesso à eletricidade nesta região é difícil, só algumas casas têm um gerador e para carregar um telefone celular seria preciso investir 13 soles (R$ 14), o que representa 65% da renda média mensal de uma família nesta área, explicou Blas.

Por este motivo, a organização fornece carregadores solares aos agentes, que acompanham as mulheres desde o começo da gestação com uma visita semanal, com controles pré-natais para prevenir infecções e com a criação de uma "mini história eletrônica" que começa assim que a mulher é identificada como grávida.

Os agentes enviam a informação via celular e esse acompanhamento continua até depois do nascimento da criança, para o trâmite de seu registro no cartório Nacional de Identificação e Estado Civil (Reniec) e assim "facilitar a gestão para solicitar o documento de identificação do recém-nascido e seu acesso aos programas sociais do governo".

O Mamás del río tem um censo estimado de 800 mulheres em idade fértil (entre 10 e 45 anos) em uma região onde a média são cinco filhos por família, explicou Blas.

Com este acompanhamento, a organização quer "encorajar as mulheres a frequentar os controles dos centros de saúde e evitar a mortalidade entre as gestantes", 100 na primeira fase do projeto.

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