Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária: evento comprova como as pessoas que vivem no mundo rural lutam para buscar um nicho no mercado (Eduardo Aigner/MDA)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2012 às 19h52.
Rio de Janeiro - Comida, artesanato e moda ecológicas e sustentáveis são as principais estrelas da oitava Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, onde os visitantes podem ver, degustar e comprar produtos que respeitam o rico ecossistema do país.
Tudo o que é oferecido nos vários estandes da feira na Marina da Gloria, no Rio de Janeiro, compartilha a origem rural e o carinho de seus produtores, que apostam na matéria-prima da proximidade.
É o caso de Eli Chaves, que fabrica queijo parmesão em Minas Gerais e que contou à Agencia Efe que compra o leite dos produtores rurais do lugar onde vive.
O mesmo acontece com a cachaça Barra Velha, produzida a partir da destilação de cana-de-açúcar plantada e recolhida à mão nos campos do Rio de Janeiro, ao contrário de outros produtores que utilizam a nociva queima de canaviais para recolher mais fácil o produto.
A feira, que começou na quarta-feira e termina no domingo, não só serve para adquirir estes produtos, mas para comprovar como as pessoas que vivem no mundo rural lutam para buscar um nicho no mercado.
É o que ocorre no espaço dedicado às mulheres rurais, onde um grupo de brasileiras de todos os cantos do país mostra produtos de artesanato e bijuteria elaborados em negócios administrados por elas mesmas.
A coordenadora da Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais do Governo brasileiro, Renata Leite, contou à Efe que o órgão tenta fazer com que estas trabalhadoras tenham visibilidade, já que até agora costumam ser os maridos que vendem o resultado de seu trabalho.
O Governo Federal lhes ajuda a acessar terras e créditos para explorá-la, assim como obriga que a propriedade pertença a elas e não só aos maridos ou aos filhos.
A feira é também um foco de reflexão sobre variados temas do campo, como a reforma agrária, a superação da pobreza no meio rural e a autonomia e emancipação dos jovens camponeses.