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Produção de biomassa a partir da cana pode duplicar em 10 anos

No Brasil existem 440 usinas sucroalcooleiras e apenas 90 delas comercializam a energia produzida pelo bagaço da cana

Para que usinas passem a comercializar energia limpa são necessários incentivos governamentais (Divulgação/EXAME)

Para que usinas passem a comercializar energia limpa são necessários incentivos governamentais (Divulgação/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2011 às 15h09.

São Paulo - A biomassa pode ser um dos grandes trunfos brasileiros no que diz respeito à geração de energia limpa. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), nos próximos dez anos a produção de energia a partir do bagaço da cana deve dobrar no Brasil.

O potencial nacional em produção de biomassa é muito grande. Aqui existem 440 usinas sucroalcooleiras e apenas 90 delas comercializam a energia produzida pelo bagaço da cana. Para que essas usinas, que hoje produzem apenas a energia necessária para a autossuficiência, passem a comercializar energia limpa é necessário contar com incentivos governamentais, conforme explicado pelo diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Bertelli.

A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) já está atenta a este mercado e anunciou crescimento para os próximos dois anos. Segundo a empresa, o bagaço da cana será a matéria-prima usada para a produção de 400 MW de energia, em um parque que produzirá 1.505 MW de energia renovável.

Atualmente o Brasil produz 4.496 MW com os resíduos da indústria sucroalcooleira, mas a EPE garante que esse potencial deve chegar a 9.163 MW até o fim desta década. A União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) é ainda mais confiante e acredita que a produção possa chegar a 13.150 MW, montante superior ao que é produzido na Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Outro fator importante no uso do bagaço da cana-de-açúcar é que a safra ocorre no período de seca, quando as usinas hidrelétricas estão operando em baixa capacidade. Entre as vantagens também está a possibilidade de comercializar créditos no mercado de carbono e os valores necessários para o investimento serem reduzidos, em comparação a outros tipos de energia limpa.

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