Marina: no 1º turno, voto é de coração; no 2º, se desvia do pior
A pré-candidata do PV, Marina Silva, defende as pequenas empresas e resalta o fato de seu vice ter começado a Natura nos fundos de casa
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
Brasília - Marina Silva, do PV, foi a última a falar no Encontro da Indústria com os Presidenciáveis. Quando a pré-candidata começou sua exposição, o Encontro da Indústria com os Presidenciáveis já estava atrasado em cerca de meia hora. A ex-senadora discutiu a diferença entre debate, que fará com seus concorrentes, e diálogo, que quer ter com a sociedade. "No debate, alguém ganha e alguém perde. No diálogo, se é convencido, ou se convence." A pré-candidata diz que quer convencer e ser convencida pela sociedade.
Marina falou sobre a importância de transformar o Brasil em uma economia de baixo carbono, item da agenda do setor industrial. Para a pré-candidata, diminuir a emissão de carbono é o novo sonho americano. " O grande desafio é de um compromisso de como construir agora o país que queremos para os próximos 30 anos", disse ela.
Para a pré-candidata do PV, o fato de o Brasil ser sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 pode significar os primeiros passos para uma grande transformação. "É uma oportunidade inédita e não podemos usar os recursos para investir do mesmo jeito. Deve ser melhor. Precisamos integrar o meio ambiente e o desenvolvimento. Podemos antecipar o futuro", defendeu.
A ex-senadora fez questão de defender as pequenas empresas. Para Marina, há lugar para empresas de todos os portes. As pequenas têm mais dificuldade e precisam que se diminua a burocracia para que sejam viabilizadas, analisou ela. "No que concerne às pequenas empresas é fundamental um programa de governo que as acolha. Se quisermos fazer desse país próspero, precisamos dar o espaço para as pequenas empresas", afirmou.
Marina fez questão de dar o exemplo de seu vice, Guilherme Leal, presidente da Natura. "Eu tenho a honra de ter como vice um homem que começou sua empresa pequena, com seu FGTS na garagem de casa, e conseguiu conquistar muita coisa com ela".
Em relação à inovação, Marina criticou a falta de mão-de-obra qualificada. "Se o país sequer tem gente para preencher as vagas que cria, não vai crescer. Vivemos um apagão de recursos humanos, precisamos de vários quadros qualificados", afirmou. Segundo a pré-candidata, é necessário apostar em uma educação de novo tipo, desde a educação infantil até o ensino superior.
Marina também mencionou que ficou triste com a saída de Ciro Gomes do pleito, pois defende a variedade de candidatos. A pré-candidata do PV foi incisiva ao falar sobre o processo eleitoral. "No primeiro turno, a gente vota com o coração, com quem a gente acha que pode fazer um futuro melhor. No segundo turno, a gente se desvia do pior", defendeu Marina. "Estou aqui para dizer que não tenho como me colocar no lugar dos brasileiros, mas me coloco junto com os brasileiros pelo Brasil que a gente quer", finalizou a pré-candidata do PV.
Leia na íntegra a cobertura do site EXAME do Encontro da Indústria com os Presidenciáveis.