Exame Logo

Primeiro-ministro do Japão é reeleito à frente de um governo minoritário

Shigeru Ishiba foi reeleito pelos membros da Câmara Baixa do Parlamento com 221 votos a favor, contra 160 para seu rival Yoshihiko Noda

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, durante cerimônia militar em Asaka, em 9 de novembro de 2024 (AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 11 de novembro de 2024 às 07h43.

Última atualização em 11 de novembro de 2024 às 08h38.

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, foi reeleito nesta segunda-feira, 11, para o cargo após uma votação parlamentar, mas vai comandar um governo minoritário , após as eleições legislativas de outubro, que foram desastrosas para seu partido.

Ishiba foi reeleito pelos membros da Câmara Baixa do Parlamento com 221 votos a favor, contra 160 para seu rival Yoshihiko Noda, líder do principal partido de oposição, o Partido Democrático Constitucional (PDC).

Veja também

Como não houve maioria na primeira votação, a Câmara precisou organizar um segundo turno para decidir entre os dois candidatos mais votados no primeiro, o que não acontecia desde 1994.

Ishiba assumiu o cargo de premiê no início de outubro, depois de ser eleito como líder do governante Partido Liberal Democrático (PLD), e convocou eleições antecipadas com as quais esperava consolidar seu mandato como chefe de Governo.

https://exame.com/invest/mercados/mercados-asiaticos-sobem-no-aguardo-da-eleicao-nos-eua/

Mas os eleitores infligiram ao PLD seu pior resultado desde 2009, descontentes com um escândalo de financiamento no partido e pela inflação no país.

Como consequência, o país pode entrar em um beco sem saída político com um Parlamento sem maioria clara.

De um lado, o PLD e seu aliado, Komeito (centro-direita), perderam a maioria absoluta, mas permanecem como o maior bloco da poderosa Câmara Baixa do Parlamento. Do outro, os partidos da oposição estão profundamente divididos em várias questões cruciais, mas seu apoio será indispensável para aprovar leis.

O PLD deu um passo em direção ao Partido Democrático Popular (PDP), uma pequena legenda centrista que aceitou cooperar pontualmente com o governo.

"Para permanecer no poder, Ishiba deve aprovar o orçamento do governo neste inverno (hemisfério norte, verão no Brasil). Isto significa que o PLD terá que fazer concessões e buscar alianças", explicou à AFP Tomoaki Iwai, professor da Universidade de Nihon.

Em suas negociações com o PLD, o PDP exigiu cortes fiscais e subsídios energéticos que, segundo os economistas, reduziriam consideravelmente as receitas fiscais do governo.

Paralelamente às negociações delicadas, Ishiba também enfrenta o descontentamento dentro de seu partido, que perdeu dezenas de cadeiras - incluindo as que eram ocupadas por ministros – nas eleições de 27 de outubro.

O índice de popularidade do governo Ishiba está pouco acima de 30%, mas as pesquisas mostram que a maioria da opinião pública considera que ele deve permanecer no cargo.

Acompanhe tudo sobre:JapãoÁsia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame