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Presidente turco pede à França que não bloqueie adesão à UE

O antecessor de François Hollande, o conservador Nicolas Sarkozy, havia-se oposto à candidatura da Turquia à UE

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 17h33.

A Turquia espera que a França não bloqueie o processo de adesão à União Europeia (UE), disse o presidente turco, Abdulla Gul, ao receber o presidente francês, François Hollande, em visita de Estado iniciada nesta segunda-feira.

"Da França, esperamos que não imponha um bloqueio político", afirmou Gul, na entrevista coletiva ao lado de Hollande.

O antecessor de Hollande, o conservador Nicolas Sarkozy, havia-se oposto à candidatura da Turquia à UE.

Na mesma coletiva, Hollande afirmou que os franceses serão consultados em um referendo sobre a adesão da Turquia.

Em outubro passado, a União Europeia decidiu reativar as negociações de adesão da Turquia, há três anos paralisadas.

Desde 1999, a Turquia é oficialmente candidata à União Europeia, mas o processo de negociação de adesão iniciado em 2005 é o mais lento que a UE já teve até agora.

França e Alemanha resistem à adesão da Turquia - um país de 76 milhões de habitantes, muçulmanos em sua maioria. Entre os obstáculos, está a situação do Chipre, cuja parte norte é ocupada pelas tropas turcas desde 1974.

Durante sua visita de Estado, o presidente Hollande também pediu à Turquia que faça um "trabalho de memória" histórica sobre os massacres de milhares de armênios cometidos pelo Império Otomano em 1915.

"O trabalho de memória é sempre doloroso, mas deve ser feito", insistiu Hollande, durante a coletiva de imprensa com o presidente turco. A Turquia se nega a classificar como "genocídio" os eventos de 1915.

As relações entre França e Turquia ficaram estremecidas desde que o Parlamento francês adotou, em 2001, uma lei que reconhece o genocídio armênio, seguida de tentativas do Legislativo para reprimir sua negação.

A última tentativa, adotada em dezembro de 2011 pelo Parlamento, com o apoio do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, foi invalidada em fevereiro pelo Conselho Constitucional. Pouco depois de ser eleito, François Hollande confirmou seu compromisso de penalizar a negação do genocídio armênio.

"Não é preciso reviver nas gerações futuras os sofrimentos vividos há 100 anos", argumentou Gül, na coletiva, defendendo que "devemos deixar esse caso para os historiadores".

A Turquia reconhece o "massacre" de milhares de armênios entre 1915 e 1916 nos territórios então administrados pelo Império Otomano, mas rejeita o termo "genocídio".

Já os armênios afirmam que 1,5 milhão de pessoas morreram, caracterizando o genocídio.

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