Presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov: "me dirigirei ao Ministério da Justiça" (Mykhailo Markiv/Ukrainian Presidential Press Service/Handout via Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2014 às 09h21.
Kiev - O presidente interino da Ucrânia, Alexander Turchinov, anunciou nesta terça-feira que pedirá ao Ministério da Justiça uma investigação do Partido Comunista ucraniano por separatismo e a proibição de sua atividade se for necessário.
"Me dirigirei ao Ministério da Justiça, há muitos materiais relativos na colaboração do Partido Comunista nas atividades terroristas e separatistas", disse o presidente ucraniano durante a sessão da Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia.
Indignado por um discurso do líder dos comunistas ucranianos, Piotr Simonenko, Turchinov o acusou de "repetir as mentiras e a propaganda divulgados pelos meios de comunicação russos, inclusive rumo ao Ocidente".
"Eu pediria ao Ministério da Justiça que investigue este assunto e caso reúna provas, se dirija aos tribunais para proibir o Partido Comunista na Ucrânia", ressaltou o também presidente da Rada.
Instantes antes, Simonenko acusou as forças de segurança ucranianas de ter disparado contra os policiais que tinham se negado a dispersar uma manifestação pró-russa no porto de Mariupol, ao sul da rebelde região de Donetsk.
Pelo menos sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na sexta-feira passada nessa cidade de meio milhão de habitantes em combates entre forças ucranianas e milicianos pró-russos.
"Em Mariupol mataram e fuzilaram o pessoal da delegacia local da polícia só porque tinham se negado a cumprir a ordem criminosa de dispersar um comício de cidadãos pacíficos", denunciou Simonenko.
Turchinov desmentiu as palavras do líder comunista e o acusou de "mentir e desinformar as pessoas".
"Os criminosos terroristas atacaram a direção do Ministério do Interior em Mariupol. Não têm nem vergonha e nem honra", disse Turchinov, recriminando Simonenko.
As regiões insurgentes pró-russas de Donetsk e Lugansk, no sudeste do país, proclamaram ontem sua independência da Ucrânia respaldados pelos resultados de referendos de autodeterminação realizados no domingo.
Quase 90% dos eleitores de Donetsk e mais de 96% dos eleitores de Lugansk, ambas regiões fronteiriças com a Rússia, apoiaram a independência.
Os líderes da autoproclamada "república popular de Donetsk" também solicitaram a Moscou sua incorporação à Federação da Rússia.