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Presidente do Quênia destitui quase todo o governo e procurador-geral

Ruto fez o anúncio após uma série de protestos em massa desde 18 de junho contra um polêmico projeto de lei de aumento de impostos

William Ruto, presidente do Quênia (Anna Moneymaker/Getty Images)
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 11 de julho de 2024 às 15h32.

Última atualização em 11 de julho de 2024 às 15h51.

O presidente do Quênia, William Ruto, anunciou nesta quinta-feira a dissolução de quase todo o governo, com exceção do ministro das Relações Exteriores e do vice-presidente, e a demissão do procurador-geral, após semanas de protestos no país contra os planos governamentais de aumentar impostos.

"Depois de ouvir atentamente o povo do Quênia e de fazer uma análise abrangente do desempenho da minha gestão e de suas conquistas e desafios, decidi destituir com efeito imediato todos os ministros e o procurador-geral", declarou Ruto em uma mensagem televisionada à nação feita na State House, a sede da Presidência em Nairóbi.

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"É claro que o cargo de vice-presidente não será afetado de forma alguma", acrescentou.

Ruto fez o anúncio depois que uma série de protestos em massa desde 18 de junho contra um polêmico projeto de lei de aumento de impostos se transformou gradualmente em manifestações contra o governo, apesar da recusa do presidente em assinar a legislação.

"Os eventos recentes forçaram a retirada da Lei de Finanças, o que exigirá uma revisão e reorganização de nosso orçamento e gestão fiscal", analisou.

"Imediatamente me engajarei em amplas consultas entre diferentes setores, grupos políticos e outros quenianos, tanto em público quanto em privado, com o objetivo de estabelecer um governo de base ampla que me ajudará a acelerar a implementação urgente e irreversível do programa que temos, incluindo outras medidas radicais para combater a dívida", enfatizou.

No dia 5 de julho, Ruto anunciou uma série de medidas de austeridade e anunciou que haveria mudanças no governo, composto por 20 ministérios.

As mobilizações não tiveram líderes oficiais e foram promovidas nas redes sociais por jovens da chamada "geração Z" (nascidos entre meados da década de 1990 e a primeira década do século 21).

Desde o início dos protestos, a resposta das forças de segurança, que dispararam gás lacrimogêneo, balas de borracha e até mesmo munição real contra os manifestantes, deixou pelo menos 39 pessoas mortas, de acordo com a Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia (KNCHR).

Pelo menos 361 pessoas também ficaram feridas e 32 casos de desaparecimentos forçados foram registrados, de acordo com o órgão de vigilância.

Esta é a pior crise de Ruto desde que ele chegou ao poder em setembro de 2022.

O Quênia se destaca como uma das economias de desenvolvimento mais rápido da África, mas as desigualdades persistem e um em cada três quenianos sobrevive com apenas US$ 2 por dia, de acordo com o Banco Mundial.

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