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Presidente da Alemanha dissolve o Parlamento e antecipa eleições para fevereiro

País lida com uma crise política desde que o chanceler Olaf Scholz perdeu maioria no Parlamento, em novembro

Agência o Globo
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Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 07h49.

Última atualização em 27 de dezembro de 2024 às 07h53.

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, dissolveu o Parlamento e definiu a eleição antecipada do país para 23 de fevereiro, endossando formalmente o cronograma proposto pelo chanceler Olaf Scholz após este romper com sua coalizão governamental no mês passado.

O social-democrata Scholz encerrou sua aliança de três partidos com os Verdes e os Democratas Livres (FDP) ao demitir o ministro das Finanças do FDP, Christian Lindner, devido a um conflito sobre os níveis de endividamento do governo. A decisão surpreendente privou Scholz de uma maioria na câmara baixa, o Bundestag, e abriu caminho para uma eleição nacional sete meses antes do fim previsto de seu mandato de quatro anos.

Eleições na Alemanha: o que acontece agora após queda do governo Scholz?

Com menos de dois meses para o pleito, os conservadores da oposição, liderados por Friedrich Merz, estão bem à frente nas pesquisas. O SPD de Scholz está em terceiro lugar, atrás do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), com os Verdes em quarto.

O bloco de centro-direita CDU/CSU de Merz tem cerca de 31% de apoio, segundo a média das pesquisas da Bloomberg, enquanto o AfD aparece com cerca de 19% e o SPD, de centro-esquerda, com 16%. Os Verdes têm cerca de 13%, enquanto o FDP de Lindner corre o risco de não alcançar o limite de 5% necessário para entrar no parlamento, com 4%.

Lars Klingbeil, copresidente do SPD, afirmou que espera que o partido comece a reduzir a diferença para os conservadores em janeiro e ainda acredita que pode emergir novamente como o mais forte. Na última eleição, em 2021, o SPD saiu de trás nas semanas finais de campanha para garantir quase 26% dos votos e o primeiro lugar, superando o CDU/CSU, que obteve 24%.

"Cada vez mais cidadãos irão se perguntar: queremos Olaf Scholz como chanceler ou Friedrich Merz?", disse Klingbeil em entrevista ao jornal Tagesspiegel publicada na quinta-feira. "Temos o melhor candidato, a melhor equipe, o melhor programa".

Embora Steinmeier tenha dissolvido formalmente o Bundestag, seu mandato só terminará com a constituição do próximo parlamento. Os parlamentares continuarão a se reunir e realizar atividades legislativas, com duas sessões planejadas antes da eleição.

A decisão de Scholz de forçar uma eleição antecipada é incomum na política alemã desde a Segunda Guerra Mundial. As eleições nacionais foram antecipadas apenas duas vezes na Alemanha Ocidental e apenas uma vez desde a reunificação, em 1990.

O ex-chanceler Gerhard Schroeder, também social-democrata, provocou uma votação antecipada em 2005 antes de perder para Angela Merkel, que governou o país até Scholz assumir no final de 2021.

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