Cerca de 3 mil pessoas se manifestaram perto do gabinete do primeiro-ministro no sábado (2) (Muhammad Hamed/Reuters)
AFP
Publicado em 4 de junho de 2018 às 09h32.
Última atualização em 4 de junho de 2018 às 09h34.
O primeiro-ministro da Jordânia, Hani Mulki, apresentou nesta segunda-feira sua renúncia ao rei Abdullah, depois de cinco dias de protestos contra as medidas de austeridade do governo.
As manifestações aconteceram na capital, Amã, e em outras cidades do país desde quarta-feira passada contra o aumento de preços e contra um projeto de lei para subir os impostos promovido por Amã sob pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a realização de reformas estruturais.
O rei Abdullah II defende um diálogo nacional e razoável sobre o projeto de lei do Imposto de Renda, o que desatou essas manifestações, as mais importantes do país nos últimos cinco anos.
Um dos pontos do projeto visa a tributar as rendas mais modestas.
Na noite de sábado, cerca de 3.000 pessoas se manifestaram perto do gabinete do primeiro-ministro, no centro da capital.
Centenas de manifestantes também saíram às ruas das cidades de Zarqa, Balqa (leste), Maan, Karak (sul), Mafraq, Irbid e Jerash (norte).
Poucas horas antes, as negociações entre representantes dos sindicatos e o governo haviam fracassado.
O FMI aprovou em 2016 uma linha de crédito de 723 milhões de dólares em três anos para o país.
Em troca, a Jordânia se comprometeu em colocar em andamento reformas estruturais e reduzir progressivamente sua dívida pública até 77% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, frente aos 94% de 2015.
O projeto de lei fiscal, recomendado pelo FMI, prevê um aumento de ao menos 5% dos impostos que afetará pela primeira vez as pessoas com uma renda anual de 8.000 dinares (9.700 euros).
O imposto às empresas aumentará, por sua vez, de 20 a 40%.