Hamadi Jebali: o partido governamental tunisiano, Al-Nahda, ao qual pertence Jabali, expressou em várias ocasiões e de maneira contundente sua rejeição à iniciativa do primeiro-ministro. (AFP/Arquivo / Fethi Belaid)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2013 às 17h43.
Cartago - O primeiro-ministro da Tunísia, Hamadi Jabali, reconheceu nesta segunda-feira que não conseguiu o apoio dos partidos políticos tunisianos para levar adiante seu projeto de formar um Governo de tecnocratas.
"Não obtive o consenso para meu projeto de formar um Executivo de tecnocratas", disse Jabali em um breve discurso depois de se reunir com os dirigentes das principais forças políticas do país.
O primeiro-ministro anunciou também que amanhã se reunirá com o presidente tunisiano, Monsef Marzuki, para informar-lhe do resultado de seus contatos e buscar "outra solução".
No entanto, Jabali, que na semana passada disse que, se não alcançasse o apoio necessário para formar um gabinete tecnocrata, poria seu cargo à disposição do chefe do Estado, não esclareceu se apresentará ou não sua renúncia.
Na sexta-feira passada, após uma primeira reunião com os representantes das formações políticas, o primeiro-ministro mostrou sua satisfação pela reunião, a qualificou de positiva e anunciou que hoje voltariam a reunir-se para tentar avançar em direção a uma solução de consenso para sair da crise.
O partido governamental tunisiano, Al-Nahda, ao qual pertence Jabali, expressou em várias ocasiões e de maneira contundente sua rejeição à iniciativa do primeiro-ministro, lançada pela primeira vez no dia 6 de fevereiro.
No sábado passado, este partido islâmico convocou cerca de 15 mil pessoas na capital Túnis para defender sua ideia de um Governo de união nacional e de caráter político.
No último dia 6 de fevereiro, o assassinato do dirigente opositor Chukri Bel Aid suscitou uma onda de protestos em todo o país para pedir a renúncia do Executivo, que muitos responsabilizam pela violência política que se estendeu por todo o país desde o começo da transição em janeiro de 2011.
Em reação a estas pressões populares e da oposição, Jabali lançou sua proposta de formar um Governo de tecnocratas, que incluía a realização no menor tempo possível de eleições.
No entanto, um dia depois, a direção de seu partido expressou seu descontentamento, o acusou de não ter consultado sua decisão com a formação nem com os parceiros de Governo e defendeu a manutenção de um gabinete eminentemente político.