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Premiê acusa crime de guerra após morte de militar ucraniano

Integrante das Forças Armadas foi morto em uma base ucraniana que sofreu um ataque na principal cidade da Crimeia, Simferopol

Tártaros da Crimeia se reúnem em um cemitério para o funeral de Reshat Ametov, perto da cidade de Simferopol, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters)

Tártaros da Crimeia se reúnem em um cemitério para o funeral de Reshat Ametov, perto da cidade de Simferopol, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2014 às 16h55.

Kiev - Um integrante das Forças Armadas da Ucrânia foi morto nesta terça-feira em uma base ucraniana que sofreu um ataque na principal cidade da Crimeia, Simferopol, a primeira morte resultante de um confronto militar na península desde que a região foi controlada pelos russos três semanas atrás.

Assim que a notícia da morte do funcionário, pelas mãos de agressores desconhecidos, se espalhou, o primeiro-ministro ucraniano, pró-Ocidente, denunciou o fato como um "crime de guerra" e pediu conversas internacionais para evitar uma escalada do conflito.

O presidente interino da Ucrânia disse que a Rússia está anexando a Crimeia de forma semelhante à tomada nazista da Áustria e dos sudetos, na ex-Tchecoslováquia, na Segunda Guerra Mundial.

Duas forças políticas proeminentes que participaram dos três meses de manifestações que levaram à queda do presidente Viktor Yanukovich, apoiado por Moscou, pediram à Ucrânia que corte seus laços diplomáticos com a Rússia.

O porta-voz dos militares ucranianos Vladislav Seleznyov, que falou com a Reuters por telefone da Crimeia, disse que um membro das Forças Armadas da base de Simferopol morreu em decorrência dos ferimentos. Um segundo homem, um capitão, ficou ferido.

Seleznyov afirmou que o funcionário morto era responsável pela supervisão de uma frota de veículos na base, e que os agressores disseram aos funcionários ucranianos que estavam presos e que seus documentos foram confiscados.

Não ficou claro, disse Seleznyov, quem arquitetou o ataque. Ele descreveu os agressores como "forças desconhecidas, plenamente equipadas e com os rostos encobertos".

O povo da Crimea, sede de Frota Russa do Mar Negro, votou majoritariamente a favor da anexação à Rússia no referendo do final de semana, e um tratado para incorporar a região foi assinado em Moscou nesta terça-feira. A Ucrânia, a União Europeia e os Estados Unidos criticaram o referendo e classificaram a anexação de ilegal.

Moscou e os líderes pró-Rússia da região negaram que forças russas estejam diretamente envolvidas, dizendo que "forças de auto-defesa" estão controlando a área da península do Mar Negro.

O primeiro-ministro, Arseny Yatseniuk, que assumiu o cargo após a saída de Yanukovich, afirmou que o conflito "está deixando de ser político para ser militar por causa dos soldados russos".

"Hoje, soldados russos começaram a atirar em integrantes das Forças Armadas ucranianas, e isso é um crime de guerra sem qualquer estatuto de limitação", disse ele em uma reunião no Ministério da Defesa.

Yatseniuk declarou que ordenou que o ministro da Defesa ucraniano peça uma reunião com suas contrapartes da Grã-Bretanha, França e Rússia - signatários de um tratado de 1994 que garante as fronteiras ucranianas - para "evitar uma escalada do conflito".

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