Donald Trump e Ted Cruz: cinco estados votarão nesta terça-feira na disputa interna republicana e Trump lidera as pesquisas em todos eles (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2016 às 15h36.
Ted Cruz e John Kasich estabeleceram um acordo para unir forças e tentar impedir que o pré-candidato favorito Donald Trump conquiste a indicação presidencial republicana, anunciaram as equipes de campanha
A aliança repentina, anunciada em comunicados curtos no domingo, foi definida em função da complicada temporada de primárias presidenciais do Partido Republicano em que ambos estão envolvidos.
Cinco estados votarão nesta terça-feira na disputa interna republicana - Connecticut, Delaware, Maryland, Pensilvânia e Rhode Island - e Trump lidera as pesquisas em todos eles.
Para garantir a indicação republicana são necessários 1.237 delegados. Trump lidera amplamente a disputa com 846 delegados, contra 563 de Cruz e 147 de Kasich.
Cruz e Kasich sabem que sua única opção para deter Trump é uma convenção aberta (que pode escolher de maneira livre o candidato do partido caso nenhum aspirante chegue ao evento com os 1.237 delegados garantidos).
De acordo com Jeff Roe, chefe de campanha de Cruz, a ideia é que sua equipe se concentre nos eleitores de Indiana, onde tem boas possibilidades de vencer, e deixar que a equipe de Kasich se concentre no Oregon e Novo México, estados onde aparece em boa situação nas pesquisas.
"Ter Donald Trump na cabeça da chapa em novembro seria um desastre certo para os republicanos. Não apenas seria esmagado por (Hillary) Clinton ou (Bernie) Sanders, como tê-lo como nosso candidato faria o partido retroceder uma geração", afirmou Jeff Roe, em um comunicado.
A equipe de Kasich, governador de Ohio, divulgou uma declaração similar.
"Nosso objetivo é ter uma convenção aberta em Cleveland (em julho), donde estamos confiantes que emergirá um candidato capaz de unir o partido e vencer em novembro", expressou.
"Desespero"
Trump, que se envolveu na semana passada em mais uma polêmica por sua suposta mudança de "personagem" durante a campanha, voltou a ser fiel ao seu estilo e recorreu ao Twitter para expressar seu ponto de vista.
Cruz e Kasich "vão conspirar para me manter longe da nomeação republicana. DESESPERO!", escreveu Trump.
Na semana passada, Trump havia chamado a atenção ao referir-se em eventos públicos ao "senador Ted Cruz", mas em sua mensagem no Twitter voltou a chamá-lo de "Lyin Ted" (Ted o mentiroso).
O duelo verbal entre Trump e Cruz subiu vários decibéis depois que um assessor do bilionário, Paul Manafort, disse aos líderes republicanos que aspirante estava apenas representando um personagem nesta fase da eleição partidária.
A este respeito, Cruz aumentou a sua crítica afirmando que Trump estava "mentindo para todo mundo". "Trump está fingindo ser um conservador para enganar os eleitores idiotas", declarou.
Trump respondeu que Cruz estava tentando "subornar" delegados para apoiá-lo na convenção do partido e voltou a criticar o sistema de eleição interna do partido, que ele definiu como "torcido".
Para Trump, o eleitorado conservador já deixou claras suas preferências, e qualquer tentativa de bloquear sua nomeação representaria uma paródia republicana à vontade de seus próprios eleitores.
Em um comunicado, Trump assegurou que Cruz e Kasich estão "matematicamente mortos, e esta atitude mostra (...) como suas campanhas realmente são frágeis".
Para Trump, Cruz está "em queda livre", e Kasich "segue na disputa, mas tem menos delegados que Marco Rubio, que abandonou sua campanha há um mês".
Os republicanos realizarão sua convenção nacional entre os dias 18 e 21 de julho em Cleveland, Ohio.
Nova batalha democrata
No campo Democrata, o número de delegados em jogo na terça-feira não será suficiente para a aspirante Hillary Clinton definir a disputa interna com o senador Bernie Sanders.
No entanto, vitórias de Hillary nos cinco estados em que as consultas internas serão realizadas na terça-feira levaria grande pressão a Sanders.
As pressões começaram no último fim de semana, quando a equipe de campanha de Hillary Clinton vazou para a imprensa que o seu grupo de assessores mais próximos começou a discutir possíveis opções para a escolha de um parceiro presidencial, dando a sua nomeação como um fato consumado.
Fontes da campanha Sanders, no entanto, se recusam a dar a batalha como perdida e apostam todas as suas fichas nas primárias da Califórnia, previstas para 7 de junho.
A convenção nacional democrata para selecionar seu candidato presidencial será realizada de 25 a 28 de julho, na Filadélfia, Pensilvânia.