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Porto italiano é escolhido para carregamento de armas sírias

Porto na Itália foi o escolhido entre os propostos a abrigar a operação de carregamento da embarcação americana Cape Ray com o arsenal químico sírio

O porto da cidade de Gioia Tauro, na Itália: operação faz parte do plano idealizado pela Organização para a Proibição das Armas Químicas (Alessandro Bianchi/Files/Reuters)

O porto da cidade de Gioia Tauro, na Itália: operação faz parte do plano idealizado pela Organização para a Proibição das Armas Químicas (Alessandro Bianchi/Files/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 12h58.

Roma - O porto da cidade de Gioia Tauro, na Itália, foi o escolhido entre os propostos a abrigar a operação de carregamento da embarcação americana Cape Ray com o arsenal químico sírio, que será levado do país árabe em navios escandinavos.

A operação faz parte do plano idealizado pela Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ). O ministro de Infraestrutura e Transporte da Itália, Maurizio Lupi, fez o anúncio em uma audiência nas Comissões das Relações Exteriores e Defesa do Parlamento, que também contou com a participação da chanceler italiana, Emma Bonino, e do diretor-geral da OPAQ, Ahmet Uzumcu.

Lupi explicou que o porto de Gioia Tauro, na região da Calábria, foi escolhido, entre outros motivos, para evitar uma longa distância do centro do Mediterrâneo. O carregamento será feito de uma embarcação para outra com 60 contêineres, que não chegarão a ser armazenados em território italiano.

"Trata-se da operação de desarmamento mais importante dos últimos dez anos. A Itália participa deste grande operação internacional, que é o primeiro passo para se chegar a um Oriente Médio sem armas químicas", disse Bonino.

Os ministros asseguraram a "absoluta segurança da operação", que será realizada com materiais "transportados a cada dia na Itália e embalados e selados segundo os protocolos internacionais", afirmou Lupi.

Uzumcu enalteceu a contribuição da Itália e disse que "jogar no mar as substâncias químicas é expressamente proibido pela convenção sobre armas químicas".


A operação de carregamento, que deverá durar no máximo 48 horas, está prevista para ocorrer no final de janeiro ou início de fevereiro. A ação ocorrerá diante de inspetores da OPAQ.

Os prefeitos de Gioia Tauro e das localidades próximas tinha demonstrado desacordo em abrigar a operação e inclusive ameaçaram fechar o porto. Nesta manhã, o nome da localidade que iria realizar o carregamento vazou na imprensa.

O plano da OPAQ prevê que o material químico sírio seja transferido dos navios escandinavos que participam da operação ao Cape Ray, embarcação equipada com sistemas que diluirão centenas de toneladas de gás mostarda e demais componentes usados para a fabricação de gás sarin e o agente nervoso VX.

O plano original da OPAQ previa que todas as substâncias químicas -com a exceção do isopropanol- seriam neutralizadas durante a primeira metade de 2014, mas o desenrolar do conflito na Síria fez o organismo afirmar que a destruição da maior parte das substâncias perigosas poderá terminar antes de junho.

A eliminação do arsenal é a segunda e última fase do plano desenhado pela OPAQ para desativar a ameaça química em poder do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, que começou em setembro do ano passado, depois que Damasco aceitou uma proposta negociada por Washington e Moscou para evitar uma intervenção internacional. 

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