Mundo

Populações pobres têm 7 vezes mais risco de morrer por mudanças climáticas

Regiões de baixa renda concentram mais riscos por desastres naturais comparadas às regiões de alta renda, diz estudo da Climate Trends, na Índia

Imagem de arquivo de Querela, Índia: vista área de localidade parcialmente alagada por enchentes (Sivaram V/Reuters)

Imagem de arquivo de Querela, Índia: vista área de localidade parcialmente alagada por enchentes (Sivaram V/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 09h14.

Última atualização em 5 de dezembro de 2018 às 09h20.

As pessoas expostas a riscos decorrentes das mudanças climáticas em regiões de baixa renda têm sete vezes mais chances de morrer e seis vezes mais chances de serem feridas ou de terem que se deslocar, na comparação com a população de regiões de alta renda. A conclusão é de relatório divulgado na última semana pela Climate Trends, uma empresa de pesquisa climática com sede na Índia.

"Um aumento adicional nas temperaturas globais afetará mais as pessoas desfavorecidas e vulneráveis por meio da insegurança alimentar, de preços mais altos dos alimentos, da perda de renda e de oportunidades de subsistência, impactos adversos à saúde e deslocamentos da população. No caso específico da Índia, isso é extremamente preocupante porque o país tem grande população vulnerável, que pode ser particularmente atingida", disse Aarti Khosla, diretora da Climate Trends, durante a divulgação do relatório.

A Índia está muito exposta a riscos de desastres naturais, com alta exposição à seca, calor e inundação, o que também leva a alta vulnerabilidade da população à pobreza. Segundo a entidade, se não houver intervenção, a Índia será um dos principais locais a sofrer com a extrema pobreza até 2030.

Além disso, a mudança climática, que altera padrões como temperatura e volume de chuva, deverá aumentar a desigualdade dentro da Índia entre ricos e pobres, e também entre estados, concluiu a Climate Trends. A mitigação das mudanças do clima e a erradicação da pobreza são questões a serem tratadas conjuntamente, de acordo com o relatório.

Em agosto de 2017, a forte chuva de monção causou inundações generalizadas em toda a Índia, Bangladesh e no Nepal, levando a pelo menos 1.200 mortes, segundo divulgou a entidade. Quatro estados do norte da Índia foram bastante afetados pelas inundações, que danificaram cerca de 80 mil casas e afetaram 18 milhões de pessoas.

Um ano depois, em julho e agosto deste ano, o estado indiano de Querala sofreu com forte chuva, registrando 2.378 mm (2.4m) durante 88 dias, nível quatro vezes maior que a média. Uma avaliação dos impactos econômicos no estado constatou que 4,13 milhões de trabalhadores foram afetados nos cinco distritos mais impactados pela chuva. O relatório concluiu que as perdas econômicas das enchentes de 2018, só no estado de Querala, excederam os danos causados por todas as inundações na Índia em 2017.

A projeção econômica do setor de turismo para 2019 foi reduzida também, como resultado da devastação generalizada no país. "Trabalhadores do setor de turismo são suscetíveis a danos indiretos, pois os pontos de atração turística são destruídos pelas enchentes e os turistas evitam visitar as áreas impactadas", divulgou a Climate Trends.

Acompanhe tudo sobre:Desastres naturaisEnchentesÍndiaMudanças climáticasPobreza

Mais de Mundo

Benjamin Netanyahu demite ministro da Defesa de Israel

Festival de compras Double 11 começa mais cedo e impulsiona vendas na China

Preço de baterias de veículos elétricos na China aumenta após fim da garantia

Donald Trump vota na Flórida e diz estar 'muito confiante' sobre vitória