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Polícia venezuelana volta a usar força para impedir manifestação

O parlamento continua convocando os venezuelanos para protestar contra o "golpe" e solicita à Defensoria Pública seu apoio para "defender a Constituição"

Bandeira da Venezuela: a oposição foi impedida de protestar (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Bandeira da Venezuela: a oposição foi impedida de protestar (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de abril de 2017 às 17h11.

Caracas - A Polícia Nacional Bolivariana (PNB) da Venezuela impediu novamente neste sábado a passagem de uma manifestação da oposição rumo à sede da Defensoria Pública, no centro de Caracas, o que motivou o início dos confrontos entre agentes e manifestantes.

A marcha, que foi reunindo milhares de manifestantes na avenida Francisco de Miranda, no leste de Caracas, se dirigia para a sede da Defensoria Pública para protestar contra a rejeição desta instância em agir contra juízes do Tribunal Supremo, condição indispensável para que o parlamento possa proceder contra eles.

O deputado opositor Juan José Mejías disse que, apesar do gás lacrimogêneo, permanecerá na rua protestando "pacificamente".

"Vamos continuar a tentar quantas vezes for necessário até superar a barreira (polícia) e alcançar o nosso objetivo", declarou.

Após os confrontos, a líder opositora María Corina Machado foi para a estrada Francisco Fajardo, a principal artéria viária da cidade, com um grupo de manifestantes, paralisando parcialmente o tráfego na capital.

O primeiro vice-presidente do parlamento, Freddy Guevara, está conduzindo outro grupo de pessoas que se transferiram para a avenida Andrés Bello, paralela à Avenida Libertador, para tentar manter sua trajetória rumo à Defensoria Pública.

No entanto, parte da manifestação se mantém na Avenida Libertador, que conecta o leste ao centro da capital venezuelana e onde o gás lacrimogêneo já começou a ser disparado.

A oposição venezuelana já havia se manifestado durante a semana em protesto contra as sentenças emitidas por sete magistrados do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), as quais afastavam o parlamento de suas funções, embora posteriormente algumas delas tenham sido suprimidas.

O parlamento - de maioria opositora - qualificou como "golpe" a atuação do Supremo e iniciou um processo para afastar os magistrados que assinaram essas sentenças.

Para realizar este processo, é necessário que a Defensoria Pública qualifique como "falta grave" a atuação dos juízes, solicitação que o defensor público venezuelano, Tarek William Saab, já informou que foi declarada "improcedente".

O parlamento continua convocando os venezuelanos para protestar contra o "golpe" e solicita à Defensoria Pública seu apoio para "defender a Constituição", de modo que desde quinta-feira têm tentado chegar, inutilmente, a sua sede em Caracas.

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