Polícia retira ex-chefe kirchnerista de entidade audiovisual
Martín Sabbatella se recusava a abandonar o prédio após ser exonerado pelo presidente Mauricio Macri.
Da Redação
Publicado em 24 de dezembro de 2015 às 20h04.
Cumprindo uma ordem judicial, a polícia argentina retirou nesta quinta-feira o ex-dirigente kirchnerista da agência Audiovisual do Estado, Martín Sabbatella, que se recusava a abandonar o prédio após ser exonerado pelo presidente Mauricio Macri .
A Polícia Federal chegou durante a tarde à sede do organismo regulador da mídia argentina para retirar Sabbatella, leal à ex-presidente Cristina Kirchner e que se recusava a entregar o cargo.
"Não estão apenas evacuando o prédio, mas também ignorando uma lei sancionada pelo Congresso nacional, e isto é uma barbaridade", disse Sabbatella sobre a legislação aprovada em 2009 pelo governo de Cristina Kirchner.
"Nos preocupa quem será o responsável pela aplicação da lei", acrescentou Sabbatella sobre a medida destinada a controlar os monopólios da mídia.
Um juiz argentino havia determinado revistar e desocupar a agência Audiovisual do Estado, acolhendo um pedido apresentado por um promotor, que acusou Sabbatella de prevaricação, em meio a disputa resultante da complicada transição política na Argentina.
O presidente Mauricio Macri ordenou na quarta-feira a intervenção por 180 dias da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (AFSCA) e da Autoridade Federal de Tecnologias da Informação e das Comunicações (AFTIC).
"Com a finalidade de preservar os bens do Estado, resolvo dispor a revista do organismo", destacou em sua resolução o juiz Julián Erconilini, publicada pelo Centro de Informação Judicial (CIJ), mas sem se pronunciar sobre a questão a fundo.
Ele informou que o objetivo é "constatar de forma imediata se se encontram dentro do mesmo pessoas alheias ou não a ele e intimá-las a se retirar por seus próprios meios imediatamente do prédio ou proceder à sua imediata desocupação", diz o texto.
"Cumprimos as ordens judiciais, embora não estejamos de acordo e que, em muitos casos, nos pareçam barbaridades que funcionam para sustentar os interesses de grupos concentrados", disse Sabbatella, próximo à ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).
O diretor afastado da AFCSA resiste a deixar o cargo, amparado na Lei de Meios, que lhe confere mandato até 2017, e disse que espera a decisão sobre uma medida cautelar que apresentou à Justiça.
Funcionários em rebeldia
"O presidente tomou a decisão de intervir e Sabbatella tem que ir", afirmou o chefe de gabinete, Marcos Peña, em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira na Casa Rosada (governo), ao sustentar que "o decreto é absolutamente legítimo".
Peña fez "um apelo à reflexão" ao funcionário afastado "para que evite uma situação complicada para ele e para os funcionários", disse, ao acusá-lo de "desconhecer a autoridade presidencial".
Após ter sido denunciado criminalmente pelo interventor designado da AFCSA, Augustín Garzón, Sabbatella foi acusado de "usurpar autoridade e desobediência" pelo promotor federal Carlos Stornelli, ex-chefe de segurança do clube Boca Juniors, que Macri presidiu entre 1995 e 1997.
O objetivo do novo governo de direita liberal é fundir a AFSCA e a AFTIC, mas considera vários funcionários "em rebeldia", entre eles Sabbatella, peça-chave do kirchnerismo na disputa com o grupo midiático Clarín pela Lei de Meios.
A entidade Audiovisual é responsável por fazer com que seja cumprida a diretriz que estabelece que os monopólios de meios de comunicação vendam em partes suas maiores unidades de negócios. O setor de Macri votou contra a lei sancionada por ampla maioria em 2009.
A Lei está impugnada na Justiça pelo grupo Clarín, um dos maiores conglomerados de meios de comunicação da América Latina, o que iniciou a batalha judicial e uma enorme polêmica. A divisão anti-monopólio nunca pôde ser aplicada ao grupo Clarín, que apelou aos tribunais.
"Se este governo não gosta da lei, deve ir ao Parlamento e modificá-la ou revogá-la, não pode fazer isso por decreto. A lei precisa ser cumprida", declarou Sabbatella aos meios de comunicação em frente ao edifício da entidade no centro de Buenos Aires.
Apoios e repúdios
A intervenção dos organismos de aplicação da Lei de Meios foi repudiada por parlamentares e ex-funcionários kirchneristas, da ala de centro-esquerda do peronismo, assim como por sindicatos e partidos de esquerda e centro-esquerda e organizações de direitos humanos.
"O governo começou sujeitando as instituições", declarou a deputada kirchnerista Juliana Di Tulio.
A Rede Nacional de Meios Alternativos (RNMA) considerou que o decreto do governo busca "redirecionar um marco legal que favoreça sem reservas os meios monopólicos".
Ao contrário, o chefe de gabinete afirmou que a Lei de Meios foi usada como "um instrumento de perseguição dos meios que não se alinhavam à política governista do kirchnerismo".
Peña sustentou que o governo de Macri busca "gerar as condições para que ocorram investimentos em telecomunicações".
O bloco parlamentar que responde ao opositor de centro-direita Sergio Massa considerou a intervenção "legítima".
Cumprindo uma ordem judicial, a polícia argentina retirou nesta quinta-feira o ex-dirigente kirchnerista da agência Audiovisual do Estado, Martín Sabbatella, que se recusava a abandonar o prédio após ser exonerado pelo presidente Mauricio Macri .
A Polícia Federal chegou durante a tarde à sede do organismo regulador da mídia argentina para retirar Sabbatella, leal à ex-presidente Cristina Kirchner e que se recusava a entregar o cargo.
"Não estão apenas evacuando o prédio, mas também ignorando uma lei sancionada pelo Congresso nacional, e isto é uma barbaridade", disse Sabbatella sobre a legislação aprovada em 2009 pelo governo de Cristina Kirchner.
"Nos preocupa quem será o responsável pela aplicação da lei", acrescentou Sabbatella sobre a medida destinada a controlar os monopólios da mídia.
Um juiz argentino havia determinado revistar e desocupar a agência Audiovisual do Estado, acolhendo um pedido apresentado por um promotor, que acusou Sabbatella de prevaricação, em meio a disputa resultante da complicada transição política na Argentina.
O presidente Mauricio Macri ordenou na quarta-feira a intervenção por 180 dias da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (AFSCA) e da Autoridade Federal de Tecnologias da Informação e das Comunicações (AFTIC).
"Com a finalidade de preservar os bens do Estado, resolvo dispor a revista do organismo", destacou em sua resolução o juiz Julián Erconilini, publicada pelo Centro de Informação Judicial (CIJ), mas sem se pronunciar sobre a questão a fundo.
Ele informou que o objetivo é "constatar de forma imediata se se encontram dentro do mesmo pessoas alheias ou não a ele e intimá-las a se retirar por seus próprios meios imediatamente do prédio ou proceder à sua imediata desocupação", diz o texto.
"Cumprimos as ordens judiciais, embora não estejamos de acordo e que, em muitos casos, nos pareçam barbaridades que funcionam para sustentar os interesses de grupos concentrados", disse Sabbatella, próximo à ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).
O diretor afastado da AFCSA resiste a deixar o cargo, amparado na Lei de Meios, que lhe confere mandato até 2017, e disse que espera a decisão sobre uma medida cautelar que apresentou à Justiça.
Funcionários em rebeldia
"O presidente tomou a decisão de intervir e Sabbatella tem que ir", afirmou o chefe de gabinete, Marcos Peña, em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira na Casa Rosada (governo), ao sustentar que "o decreto é absolutamente legítimo".
Peña fez "um apelo à reflexão" ao funcionário afastado "para que evite uma situação complicada para ele e para os funcionários", disse, ao acusá-lo de "desconhecer a autoridade presidencial".
Após ter sido denunciado criminalmente pelo interventor designado da AFCSA, Augustín Garzón, Sabbatella foi acusado de "usurpar autoridade e desobediência" pelo promotor federal Carlos Stornelli, ex-chefe de segurança do clube Boca Juniors, que Macri presidiu entre 1995 e 1997.
O objetivo do novo governo de direita liberal é fundir a AFSCA e a AFTIC, mas considera vários funcionários "em rebeldia", entre eles Sabbatella, peça-chave do kirchnerismo na disputa com o grupo midiático Clarín pela Lei de Meios.
A entidade Audiovisual é responsável por fazer com que seja cumprida a diretriz que estabelece que os monopólios de meios de comunicação vendam em partes suas maiores unidades de negócios. O setor de Macri votou contra a lei sancionada por ampla maioria em 2009.
A Lei está impugnada na Justiça pelo grupo Clarín, um dos maiores conglomerados de meios de comunicação da América Latina, o que iniciou a batalha judicial e uma enorme polêmica. A divisão anti-monopólio nunca pôde ser aplicada ao grupo Clarín, que apelou aos tribunais.
"Se este governo não gosta da lei, deve ir ao Parlamento e modificá-la ou revogá-la, não pode fazer isso por decreto. A lei precisa ser cumprida", declarou Sabbatella aos meios de comunicação em frente ao edifício da entidade no centro de Buenos Aires.
Apoios e repúdios
A intervenção dos organismos de aplicação da Lei de Meios foi repudiada por parlamentares e ex-funcionários kirchneristas, da ala de centro-esquerda do peronismo, assim como por sindicatos e partidos de esquerda e centro-esquerda e organizações de direitos humanos.
"O governo começou sujeitando as instituições", declarou a deputada kirchnerista Juliana Di Tulio.
A Rede Nacional de Meios Alternativos (RNMA) considerou que o decreto do governo busca "redirecionar um marco legal que favoreça sem reservas os meios monopólicos".
Ao contrário, o chefe de gabinete afirmou que a Lei de Meios foi usada como "um instrumento de perseguição dos meios que não se alinhavam à política governista do kirchnerismo".
Peña sustentou que o governo de Macri busca "gerar as condições para que ocorram investimentos em telecomunicações".
O bloco parlamentar que responde ao opositor de centro-direita Sergio Massa considerou a intervenção "legítima".