Polícia diz ter detido figuras-chave do ataque em Manchester
O jornal Guardian, sem citar fontes, disse que três das 10 pessoas presas até agora são irmãos que se acreditava serem primos de Abedi
Reuters
Publicado em 26 de maio de 2017 às 18h40.
Londres - A polícia do Reino Unido prendeu uma "grande parte da rede" por trás do ataque suicida desta semana em Manchester, mas mais prisões são prováveis, disse a principal autoridade de contraterrorismo do país nesta sexta-feira.
Mark Rowley disse ter havido um progresso "imenso" na investigação sobre Salman Abedi, que matou 22 pessoas, muitas delas crianças, em uma apresentação em Manchester na segunda-feira.
"Elas são muito significativas, estas prisões. Estamos muito satisfeitos de termos colocado as mãos em algumas das figuras-chave com que estamos preocupados. Mas, como disse, ainda há um pouco mais a se fazer", disse Rowley a emissoras.
Desde o ataque, policiais armados apoiados pelo Exército estão patrulhando cidades e trens. A ministra do Interior, Amber Rudd, disse que o alerta oficial de ameaça continua em seu nível mais elevado, "crítico", o que significa que um novo ataque é visto como iminente.
Os hospitais foram instruídos a ficarem de prontidão, mas o ministro da Segurança, Ben Wallace, disse não haver indícios de uma ameaça específica no final de semana prolongado por um feriado, no qual uma série de eventos irá acontecer, incluindo a final da Copa da Inglaterra em Londres, onde agentes estarão a postos.
A campanha eleitoral para a eleição nacional de 8 de junho foi retomada nesta sexta-feira, e o Partido Trabalhista, encorajado por um crescimento nas pesquisas, criticou a política externa do Reino Unido por aumentar o risco de ataques.
O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, criticou a primeira-ministra britânica, Theresa May, por cortar os gastos com policiamento.
"Precisamos ser corajosos o suficiente para admitir que a 'guerra ao terror' não está funcionando", afirmou.
May disparou de volta. "Jeremy Corbyn tem dito que os ataques terroristas são nossa culpa", disse a primeira-ministra.
"Quero deixar claro um ponto para Jeremy Corbyn e para vocês: e isso é que não pode haver nunca, jamais, uma desculpa para o terrorismo".
May estava conversando com jornalistas na cúpula dos líderes do G7, onde obteve apoio para agir para impedir que militantes usem a internet para disseminar propaganda.
Uma nova sondagem mostrou que os trabalhistas reduziram a vantagem dos conservadores de May para 5 pontos, o que leva a crer em uma disputa muito mais acirrada do que se previa.
Os correligionários da premiê viram seu apoio cair para 43 por cento e a aprovação dos trabalhistas subir para 38 por cento na sondagem do instituto YouGov, o que fez a libra esterlina perder mais de 0,5 por cento de seu valor perante o dólar e o euro.
Oito pessoas estão sendo detidas pela polícia desde a explosão do homem-bomba no show da cantora norte-americana Ariana Grande. Outras duas pessoas que haviam sido presas nesta semana foram liberadas.
O jornal Guardian, sem citar fontes, disse que três das 10 pessoas presas até agora são irmãos que se acreditava serem primos de Abedi. Seu pai e dois irmãos também foram presos no Reino Unido e na Líbia.
Os policiais que procuram a suposta rede islâmica por trás de Abedi estão interrogando os oito homens de idades entre 18 e 38 anos. Edifícios da área de Manchester e do noroeste inglês estão sendo alvos de operações.