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PF confirma influência de Cachoeira nos governos do DF e GO

O delegado teria revelado ainda que há pelo menos outras 80 autoridades públicas citadas nas conversas telefônicas

Depoimento do empresário do ramo de jogos, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, na CPMI dos Bingos (Roosewelt Pinheiro/Abr)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2012 às 19h22.

São Paulo - A Polícia Federal não coletou provas de que o empresário Carlinhos Cachoeira, alvo de uma CPI no Congresso Nacional, tinha relação direta com os governadores de Goiás e do DF, mas as investigações contém indícios de influência do empresário nos dois governos, segundo depoimento do delegado Matheus Mella Rodrigues à comissão nesta quinta-feira.

Em depoimento à CPI que investiga as relações de Cachoeira com agentes públicos e privados, o delegado, responsável pela Operação Vegas da PF, respondeu aos parlamentares que não foram encontradas provas ligando diretamente o empresário a Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás, e Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal.

O governador tucano teria conversado somente uma única vez com o empresário por telefone para felicitá-lo pelo aniversário, disse o delegado, segundo relatos de parlamentares que participaram do depoimento a portas fechadas.

Perillo, entretanto, seria citado mais de 200 vezes nas conversas telefônicas entre membros do grupo de Cachoeira interceptadas pela PF.


Segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o delegado disse que no governo goiano havia uma grande infiltração do esquema de Cachoeira nos órgãos do sistema de segurança pública de Goiás. No Distrito Federal, essa infiltração era mais tímida.

O delegado teria revelado ainda que há pelo menos outras 80 autoridades públicas citadas nas conversas telefônicas feitas pela operação Monte Carlo. Porém, não há, nesses casos, indícios da participação dessas autoridades na organização de Cachoeira.

Ele teria dito aos parlamentares que há pelo menos 26 malotes com material de apreensões feitas pela Polícia Federal que ainda não foram analisados e que podem conter mais provas e incriminar outras pessoas.

Depoimento adiado

A proposta de Randolfe de convocar Perillo para prestar esclarecimentos à CPI não é consenso entre os parlamentares que integram a comissão.

O deputado Silvio Costa (PTB-PE), por exemplo, disse que não vê motivos para convocar Perillo por conta do depoimento do delegado.

"Não há novidades... não há motivos para convocar o governador por enquanto. Acho que é irresponsabilidade se algum parlamentar disse isso", argumentou. "Não tem batom na cueca", acrescentou.

O delegado teria dito à CPI que a PF mapeou 13 empresas da organização de Cachoeira, algumas delas no exterior. Ele, no entanto, não apresentou informações sobre movimentações financeiras dessas empresas.

Na próxima terça-feira, a CPI deve requisitar a quebra dos sigilos bancários, fiscais e telefônicos desses negócios.

Os parlamentares também teriam ouvido relatos do delegado de que Cachoeira arrecadava cerca de 1 milhão de reais por mês com 30 máquinas caça-níqueis e ficava com pelo menos 30 por cento desse dinheiro.

Os integrantes da CPI decidiram adiar para a próxima semana os depoimentos dos procuradores da República Daniel de Rezende Salgado e Léa Batista de Oliveira, cujo trabalho de investigação resultou na prisão de Cachoeira em fevereiro deste ano, sob acusação de comandar uma rede de jogos ilegais.

Os dois seriam ouvidos nesta quinta-feira pela comissão, mas os parlamentares consideraram que não seria produtivo estender os trabalhos ao longo da noite para colher todos os depoimentos previstos.

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Em depoimento à CPI que investiga as relações de Cachoeira com agentes públicos e privados, o delegado, responsável pela Operação Vegas da PF, respondeu aos parlamentares que não foram encontradas provas ligando diretamente o empresário a Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás, e Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal.

O governador tucano teria conversado somente uma única vez com o empresário por telefone para felicitá-lo pelo aniversário, disse o delegado, segundo relatos de parlamentares que participaram do depoimento a portas fechadas.

Perillo, entretanto, seria citado mais de 200 vezes nas conversas telefônicas entre membros do grupo de Cachoeira interceptadas pela PF.


Segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o delegado disse que no governo goiano havia uma grande infiltração do esquema de Cachoeira nos órgãos do sistema de segurança pública de Goiás. No Distrito Federal, essa infiltração era mais tímida.

O delegado teria revelado ainda que há pelo menos outras 80 autoridades públicas citadas nas conversas telefônicas feitas pela operação Monte Carlo. Porém, não há, nesses casos, indícios da participação dessas autoridades na organização de Cachoeira.

Ele teria dito aos parlamentares que há pelo menos 26 malotes com material de apreensões feitas pela Polícia Federal que ainda não foram analisados e que podem conter mais provas e incriminar outras pessoas.

Depoimento adiado

A proposta de Randolfe de convocar Perillo para prestar esclarecimentos à CPI não é consenso entre os parlamentares que integram a comissão.

O deputado Silvio Costa (PTB-PE), por exemplo, disse que não vê motivos para convocar Perillo por conta do depoimento do delegado.

"Não há novidades... não há motivos para convocar o governador por enquanto. Acho que é irresponsabilidade se algum parlamentar disse isso", argumentou. "Não tem batom na cueca", acrescentou.

O delegado teria dito à CPI que a PF mapeou 13 empresas da organização de Cachoeira, algumas delas no exterior. Ele, no entanto, não apresentou informações sobre movimentações financeiras dessas empresas.

Na próxima terça-feira, a CPI deve requisitar a quebra dos sigilos bancários, fiscais e telefônicos desses negócios.

Os parlamentares também teriam ouvido relatos do delegado de que Cachoeira arrecadava cerca de 1 milhão de reais por mês com 30 máquinas caça-níqueis e ficava com pelo menos 30 por cento desse dinheiro.

Os integrantes da CPI decidiram adiar para a próxima semana os depoimentos dos procuradores da República Daniel de Rezende Salgado e Léa Batista de Oliveira, cujo trabalho de investigação resultou na prisão de Cachoeira em fevereiro deste ano, sob acusação de comandar uma rede de jogos ilegais.

Os dois seriam ouvidos nesta quinta-feira pela comissão, mas os parlamentares consideraram que não seria produtivo estender os trabalhos ao longo da noite para colher todos os depoimentos previstos.

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