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Petrobras: não há negociação para reajustar combustíveis

Em mais de uma oportunidade, Graça Foster afirmou que a estatal buscará uma paridade com os preços internacionais para os valores dos combustíveis vendidos no Brasil

Presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, fala para plateia durante conferência sobre petróleo e gás natural, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

Presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, fala para plateia durante conferência sobre petróleo e gás natural, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2012 às 13h21.

Rio de Janeiro - A Petrobras não realiza nenhuma negociação com o governo para um novo reajuste dos preços dos combustíveis, disse a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, ao ser questionada sobre o assunto em evento no Rio de Janeiro, e as ações na Bovespa inverteram direção, passando a cair.

"Não, não há nenhuma negociação nesse sentido", afirmou ela nesta terça-feira a jornalistas após cerimônia do Programa Petrobras Esporte & Cidadania.

Em mais de uma oportunidade, Graça Foster, como ela prefere ser chamada, afirmou que a estatal buscará uma paridade com os preços internacionais para os valores dos combustíveis vendidos no Brasil.

Embora não haja um prazo definido para novos reajustes, a estatal pretende com amenizar os efeitos da defasagem das cotações locais dos combustíveis nos resultados da companhia. A Petrobras tem importado grandes volumes para atender ao mercado interno, o que tem pesado no balanço da empresa.

Ela disse ainda aos jornalistas nesta terça-feira que não comentaria declarações anteriores de ministros de Estado sobre uma alta nos combustíveis.

No início do mês, o ministro Guido Mantega (Fazenda), que é o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, disse não há perspectiva de reajuste "no horizonte", horas depois de o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) falar que existia a possibilidade de alta dos valores este ano.

Desde que os ministros se pronunciaram, Graça Foster não havia comentado publicamente o tema.

O aumento que foi dado no preço da gasolina em junho, de 7,8 por cento , não chegou ao consumidor em função da redução da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), mas ele não compensa a defasagem que a Petrobras tem em relação aos preços internacionais.

Um novo aumento na gasolina agora acabaria tendo efeito no preços nas bombas e, por consequência, na inflação, considerando que a Cide foi zerada.

A defasagem dos preços dos combustíveis foi apontada como um dos motivos, mas não o principal, para o prejuízo registrado pela estatal no segundo trimestre, o primeiro em mais de 13 anos.


Neste ano já foram realizados dois reajustes do diesel, de 4 por cento e 6 por cento nos meses de junho e julho, além da correção nos valores da gasolina.

No entanto, esses reajustes não foram repassados ao consumidor, à exceção de parte da segunda alta do diesel.

As ações da Petrobras reduziram a alta após a declaração da presidente da estatal e inverteram direção momentos depois. Às 12h34, o papel caía 1 por cento, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,98 por cento.

Abreu e Lima

Graça Foster também comentou, durante a entrevista, que as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, estão voltando à normalidade após uma paralisação devido à greve, e destacou que os envolvidos na construção vão fazer o possível para não haver atraso no cronograma.

"É um episódio que estamos gerenciando com muita expectativa, parece que hoje está mais calmo que ontem, é fundamental que volte o mais rápido possível, precisamos muito da refinaria", disse Graça Foster.

Questionada sobre o cronograma, ela disse acreditar que pode haver uma recuperação do tempo perdido.

"É possível que tenhamos folga para recuperar esse atraso, mas de qualquer forma é preocupante. Vamos ocupar todos os espaços que temos para que o efeito no cronograma da refinaria seja o menor." A greve iniciada em 1o de agosto foi encerrada por ordem judicial. Ao voltarem para o trabalho na segunda-feira, centenas de trabalhadores souberam que estavam demitidos, segundo o sindicato.

A greve deste mês foi somente mais uma registrada nas obras da Abreu e Lima. De acordo com uma fonte próxima à Petrobras, protestos ao longo do último ano e meio paralisaram em pelo menos 60 dias as obras da Rnest, como também é chamada a Abreu e Lima.

Hoje, a previsão é de que a refinaria comece a operar em novembro de 2014, segundo a Petrobras. O prazo inicial era novembro de 2011.

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