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Petrobras deve ganhar com geração de energia a gás, diz BTG

Para analista do banco, a estatal ganha mais vendendo energia elétrica no mercado spot do que perde importando gás


	Plataforma da Petrobras: "A Petrobras possui contrato para a venda de 2 mil megawatts médios, mas está gerando 5 mil megawatts médios", afirmou Gustavo Gatass, do BTG
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Plataforma da Petrobras: "A Petrobras possui contrato para a venda de 2 mil megawatts médios, mas está gerando 5 mil megawatts médios", afirmou Gustavo Gatass, do BTG (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2013 às 15h27.

Rio de Janeiro - A Petrobras deve ter ganhos com a grande geração de eletricidade via térmicas a gás em um momento em que o país enfrenta um risco de falta de energia por conta do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, disse o banco BTG Pactual em relatório nesta quarta-feira.

Analistas e investidores chegaram a avaliar que a estatal teria perdas milionárias com as importações de emergência de gás natural liquefeito (GNL) para gerar eletricidade.

"Em termos gerais, acreditamos que é mais provável para a Petrobras ganhar dinheiro com a hidrologia pobre no Brasil do que os investidores parecem acreditar agora", escreveu a equipe de análise do banco.

Comerciantes de GNL disseram que a Petrobras foi forçada a pagar prêmios de preços no mercado à vista para garantir cargas de GNL, devido à forte demanda pelo combustível em países asiáticos afetados pelo clima frio. Essas compras de alto custo poderiam representar perdas de milhões de dólares à Petrobras.

"Nós acreditamos que a preocupação do investidor sobre esta questão não é procedente. Embora não possamos dizer que a Petrobras será uma 'grande vencedora' com a falta de eletricidade do Brasil, podemos dizer que não a vemos como uma perdedora. Podemos vê-la como um vencedora até", disse o BTG.

Gustavo Gatass, analista responsável pelo relatório, disse à Reuters que a Petrobras está ganhando mais dinheiro com a venda de energia elétrica no mercado "spot" do que perdendo com as importações de gás para abastecer suas usinas.


"A Petrobras possui contrato para a venda de 2 mil megawatts médios, mas está gerando 5 mil megawatts médios. A diferença está sendo vendida no curto prazo, com os preços altos", afirmou ele.

A energia elétrica no mercado de curto prazo do país está em 555 reais o megawatt-hora (MWh), valor mil por cento maior que os 55 reais do início de agosto, devido à escassez de eletricidade no país ao longo do segundo semestre.

"Se considerarmos o preço da energia no mercado atual e o nível de produção de energia da empresa, a receita chegaria a 1,7 bilhão de dólares, o que seria mais do que suficiente para compensar até mesmo o custo de 20 dólares por milhão de BTU (unidade térmica britânica) de GNL, que levaria ao custo de 1,15 bilhão de dólares, e ainda fazer um ganho de 500 milhões a 600 milhões de dólares no trimestre." O relatório diz ainda: "Num certo sentido, dizer que os custos mais elevados de gás são ruins é um pouco falho. A Petrobras só é chamada a produzir energia se o preço spot cobre esse custo".

Segundo Gatass, esse cálculo é conservador e leva em consideração um preço altíssimo do GNL a 20 dólares por milhão de BTU, o que ainda não ocorreu, segundo ele.

"As últimas cargas que tive notícia chegaram ao Brasil a 11,5 dólares por milhão de BTU, o que daria um lucro ainda maior, de quase 1 bilhão de reais à Petrobras", afirmou Gatass.


O levantamento do banco mostra que o Brasil tem 23 usinas térmicas a gás (uma ainda está desativada) para cobrir as necessidades de energia do país.

Destas, 16 são de propriedade da Petrobras, sendo que três não têm contratos de gás de baixo custo, e apenas quatro são deficitárias para a Petrobras.

As ações da Petrobras operavam em alta de 0,7 por cento às 15h44, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,19 por cento no mesmo horário.

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