Pessoas de 40 a 49 anos serão as próximas vacinados no Reino Unido; medida gera críticas
O Reino Unido é um dos que mais avançaram na vacinação de sua população. O governo divulgou que os adultos acima de 40 anos serão os próximos, independentemente da profissão
Carolina Riveira
Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 16h46.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2021 às 17h19.
O Reino Unido divulgou que o grupo entre 40 e 49 anos será o próximo na vacinação contra o coronavírus, e que a fila andará independentemente da profissão dos vacinados.
É uma mudança em relação a estratégia adotada na primeira fase de vacinação, na qual estão sendo priorizados profissionais de saúde, pessoas com comorbidades e a população mais idosa, acima de 60 anos.
Mas a decisão de não priorizar determinadas profissões mais essenciais na vacinação dos adultos tem gerado críticas ao plano do governo. Parte dos britânicos e associações profissionais defendem que grupos como professores, policiais, agentes prisionais e outros devem ser vacinados primeiro.
A meta do Reino Unido é ambiciosa: vacinar até julho toda a população adulta, acima de 18 anos, com ao menos a primeira dose.
O grupo com menos de 50 anos (que totaliza 8,4 milhões de pessoas) será o primeiro nesta segunda etapa, assim que o grupo prioritário, de profissionais de saúde e idosos, terminar de ser vacinado ao menos com a primeira dose.
Depois, serão vacinados os adultos entre 30 e 39 anos (8,9 milhões de pessoas) e entre 18 e 29 anos (10,2 milhões).
O Reino Unido é um dos que mais avançaram na vacinação até agora, com 29 doses a cada 100 habitantes, com 28% da população recebendo ao menos a primeira dose (atrás somente de Israel, o arquipélago africano de Seychelles e os Emirados Árabes Unidos, todos países com menor população).
O país aplicou mais de 19 milhões de doses desde dezembro, para uma população de cerca de 67 milhões de habitantes.
A título de comparação, o Brasil tem quase 4 doses aplicadas a cada 100 habitantes. Cerca de 3% da população brasileira foi vacinada com a primeira dose, embora a expectativa seja que a velocidade de vacinação aumente nos próximos meses.
A decisão de vacinar a todos sem distinção de profissão no Reino Unido foi tomada pelo Joint Committee on Vaccination and Immunisation (JCVI), comitê independente que vem assessorando o governo na campanha de vacinação, e endossada pelo governo do premiê Boris Johnson.
A associação de professores britânica foi um dos órgãos de classe que afirmou que a categoria deve ser priorizada à medida em que se aproxima a data nacional de volta às aulas presenciais, em 8 de março.
Outros grupos têm pedido ainda priorização de minorias raciais e étnicas, que moram em comunidades mais pobres e têm sido desproporcionalmente afetadas pelo vírus.
O JCVI afirma, no entanto, que fazer a distinção entre diferentes grupos pode tornar a vacinação mais lenta à medida em que a campanha de vacinação tem de procurar os cidadãos corretos para vacinar. O órgão afirma que estudos têm mostrado que o jeito mais rápido de reduzir o contágio é vacinando o maior número de adultos possível rapidamente.
Outro desafio, segundo o órgão, seria encontrar as pessoas que estão em outras profissões que não as registradas em seus perfis de saúde junto ao sistema britânico.