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Peru tira sigilo de relatório de propina de empresas brasileiras

O relatório com mais de mil páginas, aborda 11 projetos de infraestrutura de empresas brasileiras que teriam pago propina em troca da concessão das obras

Congresso do Peru (Reinician Sesión del Pleno del Congreso/Wikimedia Commons)

Congresso do Peru (Reinician Sesión del Pleno del Congreso/Wikimedia Commons)

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EFE

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 17h37.

Lima - O plenário do Congresso do Peru aprovou nesta terça-feira a quebra do sigilo sobre o relatório da comissão parlamentar Lava Jato, encarregada de investigar os subornos e pagamentos irregulares feitos por empresas brasileiras a funcionários e líderes políticos peruanos.

A decisão foi adotada por unanimidade, com 77 votos a favor, depois que os congressistas Víctor Andrés Garcia Belaúnde, da centrista Ação Popular, e o governista Gilbert Violeta denunciaram a eliminação de um trecho do relatório no qual se acusava o ex-presidente Alan García.

A votação no plenário, que ratificou o acordo adotado ontem pela junta de porta-vozes, suscitou a ira da presidente da comissão Lava Jato, a fujimorista Rosa Bartra, que protestou pelo fato de o processo de votação ter começado sem a sua presença.

"Pode gritar o que quiser e pode gritar toda a manhã", respondeu a Bartra o presidente do Congresso, Daniel Salaverry, que na semana passada anunciou a vigência de uma excedência temporária do partido fujimorista Força Popular diante da possibilidade que sua presidenta, Keiko Fujimori, seja presa preventivamente.

Apesar de seus protestos, Bartra deverá agora divulgar o relatório entre os 130 congressistas antes que ela o apresente diante do plenário nesta quarta-feira para sua posterior discussão e aprovação, programada para a partir da próxima segunda-feira.

"Quero lembrar que foi estabelecido ontem em junta de porta-vozes pôr em votação a entrega do relatório, mais não a quebra do sigilo. Quero deixar isto registrado para que os envolvidos possam evitar impor ações de amparo para desqualificar o relatório", afirmou Bartra.

O relatório da comissão sobre a Lava Jato contém mais de mil páginas e aborda 11 projetos de infraestrutura pública onde supostamente empresas brasileiras pagaram subornos em troca da adjudicação das obras.

O conjunto de projetos, obras e concessões somam cerca de US$ 16 bilhões.

A maioria destas obras foram adjudicadas pela Odebrecht, que reconheceu ter pagado subornos entre 2005 e 2014, um período que envolve os mandatos presidenciais de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

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