Aeroporto de Lima, no Peru (ERNESTO BENAVIDES/AFP/Getty Images)
AFP
Publicado em 14 de agosto de 2021 às 17h24.
O Peru estendeu neste sábado(14) a suspensão de voos da África do Sul, Brasil e Índia na tentativa de conter infecções por novas variantes do coronavírus e aguardando uma provável terceira onda da pandemia.
A suspensão, que passa a valer até 31 de agosto, visa “evitar possíveis infecções maciças com as diversas variantes que circulam nesses países”, segundo norma publicada no Diário Oficial.
Também coincide com o aumento no país de infecções pela variante delta, detectada inicialmente na Índia.
O primeiro desses casos foi notificado no Peru em 9 de junho em Arequipa, 1.000 km a sudeste de Lima, e agora há 76 casos em todo o país.
O Peru restringiu voos da África do Sul em dezembro, do Brasil em janeiro e da Índia em maio. A cada 15 dias, a medida é prorrogada.
Além disso, o governo prorrogou o estado de emergência sanitária devido à covid-19 na sexta-feira até 1º de março de 2022.
Segundo o ministro da Saúde, Hernando Cevallos, a terceira onda da pandemia chegará na última semana de setembro.
O governo destinou 3 bilhões de soles (cerca de 3,8 bilhões de reais) para enfrentar uma provável nova onda do vírus, que as autoridades projetam causar 67.300 mortes, em um cenário conservador, e 115.000, na pior das hipóteses.
Atualmente, a taxa de mortalidade é de 5.983,3 por milhão, a mais alta do mundo, segundo dados da AFP baseados em fontes oficiais.
O balanço disparou no Peru em 31 de maio, quando o governo corrigiu o número, que passou de 69.000 para 180.000 mortes.
Ao mesmo tempo, o governo acelerou a vacinação com maratonas de 36 horas consecutivas nos finais de semana, nas quais até 300 mil pessoas foram imunizadas em um dia.
Quase 6,6 milhões de pessoas receberam duas doses desde o início da vacinação em fevereiro, e nove milhões tomaram a primeira dose.
O objetivo é imunizar 25 milhões de pessoas. Com 33 milhões de habitantes, o Peru registrou mais de 2,1 milhões de infecções e mais de 197.000 mortes desde o início da pandemia no país, em março de 2020.