Mancha de petróleo no rio Cuninico, região amazônica de Loreto (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 25 de setembro de 2022 às 20h06.
O Peru decretou estado de emergência de 90 dias na área amazônica afetada por um vazamento de petróleo onde vivem cerca de 2.500 indígenas, informou o Ministério do Meio Ambiente do país neste domingo.
A decisão é tomada nove dias depois que uma ruptura no Oleoduto Norperuano derramou cerca de 2.500 barris de petróleo bruto no rio Cuninico, região de Loreto (nordeste), afetando seis comunidades indígenas.
"Declarou-se em emergência ambiental a área geográfica impactada nas comunidades de Cuninico e Urarinas", assinalou o ministério, ressaltando que o vazamento ocorreu numa zona onde se pratica a pesca artesanal. A medida visa a facilitar as operações de recuperação, para minimizar a contaminação ambiental.
O Oleoduto Norperuano, uma das maiores obras do país, foi construído há quatro décadas, para transportar petróleo bruto da região amazônica até Piura, na costa, e se estende por 800 quilômetros.
Segundo a estatal Petroperú, o vazamento foi resultado de um corte intencional de 21 centímetros na tubulação do gasoduto.
Controlado, o vazamento afeta seis comunidades de nativos amazônicos kukamas de Cuninico, cujos líderes denunciaram que o rio está contaminado. A promotoria abriu nesta semana uma investigação sobre a causa do incidente ambiental.
A Petroperú relatou desde janeiro 11 ataques a seu oleoduto, que causaram vazamentos de petróleo. Já foram registrados 29 atos de sabotagem contra o oleoduto desde 2014, segundo a Sociedade Nacional de Mineração, Petróleo e Energia.