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Pelo menos 4 mortos em ataque a um acampamento da ONU

Pelo menos quatro pessoas morreram em um ataque contra um acampamento da ONU na cidade de Bor, capital do estado de Jonglei, Sudão do Sul


	Família do Sudão do Sul em campo de refugiados da ONU: número de vítimas fatais pode aumentar, segundo porta-voz do exército
 (REUTERS/James Akena)

Família do Sudão do Sul em campo de refugiados da ONU: número de vítimas fatais pode aumentar, segundo porta-voz do exército (REUTERS/James Akena)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2014 às 14h00.

Juba - Pelo menos quatro pessoas morreram nesta quinta-feira em um ataque contra um acampamento da ONU na cidade de Bor, capital do estado de Jonglei, no leste do Sudão do Sul, informou o porta-voz do exército, Malak Ayuien.

O militar afirmou à televisão estatal que os quatro mortos são civis e que o número de vítimas fatais pode aumentar.

O porta-voz explicou que o tiroteio ocorreu quando um grupo de cidadãos pró-governo realizava uma marcha em direção ao acampamento para entregar uma carta de protesto contra seus administradores que, segundo sua opinião, oferecem refúgio aos seguidores do líder opositor Riak Machar.

A missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) disse que os agressores se fizeram passar por manifestantes e abriram fogo contra os refugiados. Atualmente, cerca de cinco mil pessoas vivem na base das Nações Unidas.

"O ataque ocorreu apesar dos disparos de advertência lançados pelos capacetes azuis (soldados da ONU). Os agressores entraram na base, abriram fogo contra os deslocados internos e depois se retiraram quando os capacetes azuis responderam aos tiros", informou em uma nota a organização.

Um número indeterminado de pessoas morreu e dezenas ficaram feridas, entre elas dois capacetes azuis, acrescentou a UNMISS, que pediu às autoridades e forças de segurança proteção para os civis e dependências da ONU, além de medidas para se evitar este tipo de ação.

Um médico do acampamento, William Augustino, disse à Agência Efe que um grupo de homens armados da tribo Dinka abriu fogo contra a base, onde se refugiam milhares de cidadãos da tribo Lou Nuer.


O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, pertence à tribo dos Dinka, enquanto Machar, seu principal rival e antigo vice-presidente, é membro dos Lou Nuer.

Augustino disse que pelo menos duas pessoas perderam a vida no hospital do acampamento como consequência dos ferimentos.

Por sua parte, testemunhas informaram à Efe que o ataque aconteceu depois que os refugiados comemoraram as recentes vitórias dos rebeldes no estado de Unidade, no norte do país.

Na terça-feira, os rebeldes partidários de Machar tomaram o controle da cidade petrolífera de Bentiu, capital de Unidade e uma das localidades mais afetadas pela violência.

A missão da ONU no Sudão do Sul reiterou hoje sua imparcialidade no conflito e expressou sua preocupação pelos novos combates neste estado, que representam "sérias violações do acordo de fim de hostilidades" ao que chegaram as partes em 23 de janeiro.

Em outro comunicado, a missão da ONU afirmou ter avistado até quarenta corpos de homens com uniformes militares em uma estrada, e informou que os choques obrigaram 12 mil pessoas a se refugiarem no acampamento das Nações Unidas em Unidade desde segunda-feira.

O conflito, no qual morreram milhares de pessoas, deixou à beira da guerra civil o país, após que em dezembro do ano passado eclodirem combates entre tropas governamentais e rebeldes, e o presidente acusar Machar de tentar dar um golpe de Estado.

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