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Pedro Sánchez indica catalães para presidir Congresso e Senado na Espanha

O primeiro-ministro da Espanha tenta dialogar com o grupo separatista; esta é a primeira vez desde 1982 que os catalães assumem os cargos

Primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez (Sergio Perez/Reuters)

Primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez (Sergio Perez/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de maio de 2019 às 16h25.

Dentro de sua política de aproximação com a Catalunha, o líder socialista espanhol, Pedro Sánchez, escolheu dois catalães para presidir o Congresso e o Senado, um fato curioso que - segundo os analistas - ratifica sua aposta em uma solução dialogada para o conflito com os separatistas.

Foram poucas ocasiões em que um catalão ocupou tais responsabilidades: no Congresso, isso não acontecia desde 1982 e, no Senado, desde 1873.

Para o Congresso, foi indicada Meritxell Batet, até agora ministra encarregada das negociações com o governo separatista regional da Catalunha, e, para o Senado, o filósofo Manuel Cruz. Ambos assumem no próximo dia 21.

Com sua vitória nas eleições legislativas de 28 de abril, que colocou sua sigla como a primeira força no Congresso e lhe deu maioria absoluta no Senado, a aposta de Sánchez tem muitas chances de prosperar.

A decisão acontece apenas um dia depois que os independentistas impediram os planos iniciais de Sánchez para colocar na Câmara Alta o líder na Catalunha de seu partido, Miquel Iceta. Este último deveria ser previamente nomeado pelo Parlamento regional.

A direita viu isso como uma concessão por causa do perfil de diálogo de Iceta, que defendeu o perdão dos líderes catalães processados pela tentativa de secessão de 2017.

Mas os separatistas bloquearam a indicação no Parlamento catalão, lamentando não terem sido previamente informados do plano e recriminando a falta de sensibilidade de Iceta para com seus líderes presos.

Para os analistas, a manobra é uma tentativa de restabelecer a convivência política dentro da legalidade.

Desde sua posse, em junho de 2018, o líder socialista optou por apaziguar esse conflito. O ápice desse embate político se deu no referendo ilegal e na declaração de independência em outubro de 2017, frustrada pela suspensão do autogoverno catalão.

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