Patrimônio de Agnelo Queiroz subiu 413%, diz revista
Dados foram extraídos das declarações de imposto de renda do governador daquele período e revelados pela revista Época desta semana
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2011 às 14h21.
São Paulo - Fortalecido, nos últimos dias, por uma blindagem organizada pelo PT , que conseguiu derrubar cinco pedidos de impeachment contra ele na Câmara Distrital do Distrito Federal, o governador Agnelo Queiroz enfrenta um novo desafio: a denúncia de que seu patrimônio aumentou 413% entre 2006 e 2010. Os dados foram extraídos de suas declarações de imposto de renda daquele período e revelados pela revista Época desta semana. Eles são parte de um processo que corre na Justiça Federal, no Rio de Janeiro.
Segundo a revista, Agnelo declarou em 2006 um total de bens de R$ 224.350. Na declaração de 2010, esse número quintuplicou, chegando a R$ 1.150.322. Entre uma e outra, o governador comprou dois apartamentos e uma casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. A declaração não inclui bens de Agnelo, mas apenas rendimentos - pois, segundo ele, os bens estão registrados no nome de sua mulher, Ilza Queiroz.
Essa rápida evolução de patrimônio não combina com as informações que ele entregou à Receita Federal ao longo dos quatro anos. Em 2006, quando se candidatou ao Senado, Agnelo dizia ter três automóveis e um apartamento e um total de remuneração de R$ 189.899. Num gesto de larga generosidade, doou então ao seu partido na época, o PC do B, nada menos que 22,7% de sua renda bruta, exatos R$ 42.368.
Em 2007, segundo a reportagem, a renda declarada do governador não foi além de R$ 57.642. E, por oito meses do ano, antes de ser convocado pelo governo para uma diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), teria recebido apenas um salário mensal de R$ 3 mil como médico da rede pública.
Declaração conjunta - Em nota que divulgou a respeito, o governador informa que a declaração de 2010 "foi apresentada em conjunto com a esposa". A reportagem observa que não há nenhum bem em nome do governador em suas declarações de 2003, 2004, 2005 e 2006.
O texto traz um histórico das relações de Agnelo com dois ex-integrantes do PC do - João Dias, autor de denúncias que ajudaram a derrubar o ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), e Daniel Tavares, que revelou em vídeo ter depositado um valor de R$ 5 mil na conta de Agnelo em janeiro de 2008. Esse vídeo foi divulgado por parlamentares da oposição, na semana passada. Ele afirma que o depósito era o complemento de uma propina de R$ 50 mil, acertada com o governador.
Na ocasião, Tavares era lobista de um laboratório, a União Química, e Agnelo já era diretor da Anvisa. Assim que o vídeo circulou, o PT entrou em defesa de Agnelo e apresentou um outro vídeo com o mesmo lobista. Desta vez, Tavares sustenta que os R$ 5 mil eram a quitação apenas de uma dívida pessoal.
Essa versão também não bate com revelações que ele fez à Época em junho, quando se disse ameaçado por aliados do governador e garantia dispor de provas de que este havia recebido a propina. A revista diz ter vídeo gravado com Tavares no qual ele explica que o dinheiro era passado por ordem de um empresário do laboratório.
São Paulo - Fortalecido, nos últimos dias, por uma blindagem organizada pelo PT , que conseguiu derrubar cinco pedidos de impeachment contra ele na Câmara Distrital do Distrito Federal, o governador Agnelo Queiroz enfrenta um novo desafio: a denúncia de que seu patrimônio aumentou 413% entre 2006 e 2010. Os dados foram extraídos de suas declarações de imposto de renda daquele período e revelados pela revista Época desta semana. Eles são parte de um processo que corre na Justiça Federal, no Rio de Janeiro.
Segundo a revista, Agnelo declarou em 2006 um total de bens de R$ 224.350. Na declaração de 2010, esse número quintuplicou, chegando a R$ 1.150.322. Entre uma e outra, o governador comprou dois apartamentos e uma casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. A declaração não inclui bens de Agnelo, mas apenas rendimentos - pois, segundo ele, os bens estão registrados no nome de sua mulher, Ilza Queiroz.
Essa rápida evolução de patrimônio não combina com as informações que ele entregou à Receita Federal ao longo dos quatro anos. Em 2006, quando se candidatou ao Senado, Agnelo dizia ter três automóveis e um apartamento e um total de remuneração de R$ 189.899. Num gesto de larga generosidade, doou então ao seu partido na época, o PC do B, nada menos que 22,7% de sua renda bruta, exatos R$ 42.368.
Em 2007, segundo a reportagem, a renda declarada do governador não foi além de R$ 57.642. E, por oito meses do ano, antes de ser convocado pelo governo para uma diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), teria recebido apenas um salário mensal de R$ 3 mil como médico da rede pública.
Declaração conjunta - Em nota que divulgou a respeito, o governador informa que a declaração de 2010 "foi apresentada em conjunto com a esposa". A reportagem observa que não há nenhum bem em nome do governador em suas declarações de 2003, 2004, 2005 e 2006.
O texto traz um histórico das relações de Agnelo com dois ex-integrantes do PC do - João Dias, autor de denúncias que ajudaram a derrubar o ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), e Daniel Tavares, que revelou em vídeo ter depositado um valor de R$ 5 mil na conta de Agnelo em janeiro de 2008. Esse vídeo foi divulgado por parlamentares da oposição, na semana passada. Ele afirma que o depósito era o complemento de uma propina de R$ 50 mil, acertada com o governador.
Na ocasião, Tavares era lobista de um laboratório, a União Química, e Agnelo já era diretor da Anvisa. Assim que o vídeo circulou, o PT entrou em defesa de Agnelo e apresentou um outro vídeo com o mesmo lobista. Desta vez, Tavares sustenta que os R$ 5 mil eram a quitação apenas de uma dívida pessoal.
Essa versão também não bate com revelações que ele fez à Época em junho, quando se disse ameaçado por aliados do governador e garantia dispor de provas de que este havia recebido a propina. A revista diz ter vídeo gravado com Tavares no qual ele explica que o dinheiro era passado por ordem de um empresário do laboratório.