Protesto: crise política foi provocada pelo impeachment da presidente em 9 de dezembro (Kim Hong-Ji/Reuters)
AFP
Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 09h28.
O partido que governa a Coreia do Sul enfrenta uma forte divisão após a destituição da presidente Park Geun-Hye, que abriu uma crise interna que afeta seriamente as possibilidades eleitorais da formação.
Mais de 30 parlamentares do partido Saenuri hostis a Park prometeram abandonar a organização, com a denúncia de que a direção se recusa a implementar reformas, apesar da crise política provocada pelo impeachment da presidente em 9 de dezembro.
"Chegamos à conclusão de que uma reforma conservadora através do partido Saenuri é impossível", disse à imprensa Yoo Seung-Min, um parlamentar que integra o grupo dissidente.
Esta divisão complica o panorama para uma possível candidatura do atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, que é considerado um bom candidato para o partido de centro-direita.
Yoo Seung-Min afirmou que 35 congressistas concordaram em deixar o partido no dia 27 de dezembro e que tentarão convencer outros parlamentares.
Caso a ruptura seja concretizada, o partido governante ficaria com 90 representantes de um total de 300 na Assembleia, o que o deixaria como segunda força no Parlamento, atrás do Partido Liberal Democrático.
O grupo de dissidentes se uniu à oposição para tramitar a moção de destituição da presidente Park, afastada do cargo por um escândalo de corrupção que envolvia sua melhor amiga, Choi Soo-sil, acusada de ter usado sua influência para enriquecer e manipular decisões políticas.
Agora, o destino de Park está nas mãos da Corte Constitucional, que tem prazo máximo de 180 dias para um pronunciamento sobre a destituição. Se o impeachment for confirmado, novas eleições devem ser convocadas em um prazo de 60 dias.
Neste cenário, a crise do Saenuri reduz as possibilidades do partido de vencer as eleições.