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Partidários de Mursi protestam na 'Sexta dos Mártires'

Partidários do presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, manifestavam-se na chamada "Sexta-Feira dos Mártires", mas apenas alguns milhares tomaram as ruas

Partidários da Irmandade Muçulmana protestam no Egito: para esta sexta-feira, 28 "marchas pacíficas" haviam sido anunciadas  (Khaled Kamel/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 14h56.

Cairo - Partidários do presidente deposto do Egito , Mohamed Mursi, manifestavam-se na chamada "Sexta-Feira dos Mártires", mas apenas alguns milhares tomaram as ruas do Cairo, depois de parte da Irmandade Muçulmana ter sido dizimada ou presa nos últimos dias.

Cerca de mil pessoas morreram nos últimos oito dias, principalmente os simpatizantes de Mursi, nos ataques sangrentos das forças de segurança contra seus acampamentos. Mais de mil militantes ou líderes da Irmandade também foram presos na semana passada.

Aproximadamente cem policiais e soldados igualmente morreram nos confrontos, os mais graves da história recente do Egito. Por causa deste nível de violência e apesar das convocações diárias para os protestos, as manifestações diminuíram drasticamente.

Para esta sexta-feira, 28 "marchas pacíficas" haviam sido anunciadas para depois da oração do meio-dia no Cairo. Mas, até agora, apenas alguns milhares de pessoas marchavam pacificamente em pelo menos três protestos.

Trata-se de um número bastante reduzido, considerando que a capital do país é povoada por mais de 20 milhões de habitantes. Antes da repressão, os defensores de Mursi reuniram dezenas ou centenas de milhares de pessoas no Cairo e em outras cidades importantes.

Mohamed Mursi, deposto em 3 de julho, está detido em um local secreto e vai responder pelas acusações de cumplicidade no assassinato de manifestantes.

A Irmandade Muçulmana, a confraria de Mursi que venceu as eleições de 2012, está completamente desorganizada, depois das várias prisões de seus membros, incluindo a do seu guia espiritual, Mohamed Badie.


"Já não recebemos mais as habituais convocações por escrito para as manifestações, desde que a maioria dos nossos líderes foram detidos", explica à AFP Ahmed, dirigente da Irmandade em Menufia, no Delta do Nilo.

Maher, responsável pela organização no sul do Cairo, reconhece que o movimento foi duramente atingido. "Temo que estejamos voltando para a era Mubarak", afirma.

O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, derrubado por uma revolta popular em 2011, deixou a prisão na quinta-feira e foi levado para um hospital em prisão domiciliar, antes do reinício do seu julgamento pelo assassinato de manifestantes, previsto para domingo.

A queda de Mubarak marcou o apogeu da Primavera Árabe, que em 2011 derrubou os regimes autoritários da Tunísia, Egito e Líbia.

Mubarak tem quatro processos em andamento, três deles em fase de apelação, por casos de corrupção e "assassinatos de manifestantes" durante os protestos de janeiro e fevereiro de 2011.

Os especialistas preveem um retorno gradual da Irmandade Muçulmana para a clandestinidade, como geralmente tem sido nos 85 anos da organização. Muitos temem que seus integrantes mais radicais acabem se voltando para atividades terroristas.

Após a recente onda de violência, a União Europeia e os Estados Unidos ameaçaram rever a ajuda financeira concedida ao Egito, mas a Arábia Saudita e seus aliados do Golfo prometeram compensar uma eventual retirada desses apoios.

A AFP contou 970 vítimas fatais em uma semana, dentre as quais 102 eram policiais, superando, portanto, as 850 mortes causadas pela rebelião que, em 18 dias, derrubou o regime de Mubarak, em 2011.

Além disso, o Observatório de Direitos Humanos, uma ONG com sede em Nova York, denunciou ataques contra 42 igrejas coptas (cristãs ortodoxas) e contra várias escolas, casas e empresas de membros dessa comunidade.

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Cerca de mil pessoas morreram nos últimos oito dias, principalmente os simpatizantes de Mursi, nos ataques sangrentos das forças de segurança contra seus acampamentos. Mais de mil militantes ou líderes da Irmandade também foram presos na semana passada.

Aproximadamente cem policiais e soldados igualmente morreram nos confrontos, os mais graves da história recente do Egito. Por causa deste nível de violência e apesar das convocações diárias para os protestos, as manifestações diminuíram drasticamente.

Para esta sexta-feira, 28 "marchas pacíficas" haviam sido anunciadas para depois da oração do meio-dia no Cairo. Mas, até agora, apenas alguns milhares de pessoas marchavam pacificamente em pelo menos três protestos.

Trata-se de um número bastante reduzido, considerando que a capital do país é povoada por mais de 20 milhões de habitantes. Antes da repressão, os defensores de Mursi reuniram dezenas ou centenas de milhares de pessoas no Cairo e em outras cidades importantes.

Mohamed Mursi, deposto em 3 de julho, está detido em um local secreto e vai responder pelas acusações de cumplicidade no assassinato de manifestantes.

A Irmandade Muçulmana, a confraria de Mursi que venceu as eleições de 2012, está completamente desorganizada, depois das várias prisões de seus membros, incluindo a do seu guia espiritual, Mohamed Badie.


"Já não recebemos mais as habituais convocações por escrito para as manifestações, desde que a maioria dos nossos líderes foram detidos", explica à AFP Ahmed, dirigente da Irmandade em Menufia, no Delta do Nilo.

Maher, responsável pela organização no sul do Cairo, reconhece que o movimento foi duramente atingido. "Temo que estejamos voltando para a era Mubarak", afirma.

O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, derrubado por uma revolta popular em 2011, deixou a prisão na quinta-feira e foi levado para um hospital em prisão domiciliar, antes do reinício do seu julgamento pelo assassinato de manifestantes, previsto para domingo.

A queda de Mubarak marcou o apogeu da Primavera Árabe, que em 2011 derrubou os regimes autoritários da Tunísia, Egito e Líbia.

Mubarak tem quatro processos em andamento, três deles em fase de apelação, por casos de corrupção e "assassinatos de manifestantes" durante os protestos de janeiro e fevereiro de 2011.

Os especialistas preveem um retorno gradual da Irmandade Muçulmana para a clandestinidade, como geralmente tem sido nos 85 anos da organização. Muitos temem que seus integrantes mais radicais acabem se voltando para atividades terroristas.

Após a recente onda de violência, a União Europeia e os Estados Unidos ameaçaram rever a ajuda financeira concedida ao Egito, mas a Arábia Saudita e seus aliados do Golfo prometeram compensar uma eventual retirada desses apoios.

A AFP contou 970 vítimas fatais em uma semana, dentre as quais 102 eram policiais, superando, portanto, as 850 mortes causadas pela rebelião que, em 18 dias, derrubou o regime de Mubarak, em 2011.

Além disso, o Observatório de Direitos Humanos, uma ONG com sede em Nova York, denunciou ataques contra 42 igrejas coptas (cristãs ortodoxas) e contra várias escolas, casas e empresas de membros dessa comunidade.

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