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Parlamento venezuelano pede que se ignore ordem de prisão contra Borges

Deputado opositor Julio Borges teve ordem de captura emitida pelo Supremo Tribunal por seu suposto envolvimento no atentado contra Nicolás Maduro

Julio Borges: deputado se encontra no exílio (Ricardo Rojas/Reuters)

Julio Borges: deputado se encontra no exílio (Ricardo Rojas/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 19h20.

Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 19h23.

O Parlamento venezuelano, controlado pela oposição, pediu à comunidade internacional que ignore a ordem de captura contra o deputado opositor Julio Borges, emitida pelo Supremo Tribunal por seu suposto envolvimento no atentado contra o presidente Nicolás Maduro.

A Assembleia Nacional declarou que a medida contra Borges, que se encontra no exilio, "é de natureza política e não deve ser reconhecida por qualquertribunal estrangeiro".

O Legislativo também qualificou de "desaparecimento forçado" a detenção, na terça-feira, do parlamentar opositor Juan Requesens, também acusado de participar do complô, e exigiu sua "libertação imediata".

Maduro acusa os dois deputados de planejarem o ataque com drones carregados de explosivos que supostamente tentaram matá-lo no sábado passado, durante uma parada militar.

Na quarta-feita, o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) decretou a prisão de Borges por tentativa de "homicídio intencional qualificado".

O Supremo também declarou "procedente" julgar Requesens, detido pelo serviço de inteligência na noite de terça-feira.

Imediatamente, a Assembleia Constituinte retirou a imunidade parlamentar de Borges e Requesens.

"Apenas a Assembleia Nacional tem competência para retirar a imunidade" parlamentar, destacaram os deputados, que nesta sexta-feira comparecerão à sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Caracas para entregar a declaração.

"Requesens e Borges não têm nada que ver com estes fatos. Amanhã vamos consignar junto à OEA a declaração", declarou a parlamentar Delsa Solórzano.

Na cadeira de Requesens no Parlamento os deputados colocaram um cartaz com a frase "desaparecido ou sequestrado pelo Sebin" (servicio de inteligência).

O vice-presidente do Parlamento, Alfonso Marquina, denunciou que as autoridades não têm permitido que advogados e familiares se comuniquem com o deputado.

"Estão violando o direito de todos os venezuelanos. Hoje é um momento de união, não se pode permitir que qualquer venezuelano morra nas mãos do regime", disse em um discurso no Parlamento a líder estudantil e irmã do deputado Rafaela Requesens.

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