Parlamento islâmico volta a se reunir na Líbia
Antigo parlamento reuniu-se novamente nesta segunda-feira e votou pela dissolução do governo interino do país, desafiando eleitores que elegeram seus oponentes
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2014 às 17h49.
Cairo - O antigo parlamento da Líbia , dominado por congressistas islâmicos, reuniu-se novamente nesta segunda-feira e votou pela dissolução do governo interino do país, desafiando eleitores que elegeram seus oponentes.
A decisão coloca o país em uma situação complicada, com dois governos e duas Assembleias, aprofundando as cisões e favorecendo a escalada do confronto político que tem dividido o país.
O parlamento islâmico votou unanimemente pela nomeação de um novo "governo de salvação nacional" liderado por Omar al-Hassi, um professor universitário.
Ao mesmo tempo, milícias ligadas ao Islã declararam em depoimento terem "liberado" todas as instalações e bases militares da capital Tripoli, convidando as Nações Unidas e os diplomatas estrangeiros a voltarem ao país.
O novo parlamento eleito da Líbia, enquanto isso, continua a se reunir na cidade de Tobruk, no extremo leste, longe da violência entre militantes.
Esses congressistas tratam as milícias islâmicas como grupos terroristas.
Eles também dispensaram o chefe de gabinete do governo, acusado de ter vínculos com grupos islâmicos, e nomearam um substituto que prometeu nesta segunda-feira uma guerra contra os "terroristas".
O governo interino da Líbia, também impossibilitado de retornar à capital, tem se reunido na cidade de Bayda, no leste.
O presidente enviou seu ministro das Relações Exteriores ao Egito para que se encontrasse com autoridades do país vizinho e discutisse maneiras de dar fim à violência.
Como resultado da reunião, as autoridades pediram o desarmamento das milícias e o fim das intervenções militares estrangeiras nas questões da Líbia.
A retomada de poder pelo Congresso evidencia a falta de lei que tomou conta da Líbia desde que rebeldes derrubaram o ditador Muamar Kadafi, em 2011, e mais tarde formaram milícias que nenhum governo foi capaz de amansar.
Na capital Tripoli, militantes islâmicos têm tentado estabelecer seu poder, após assumirem o controle sobre o aeroporto da cidade e forçarem a fuga dos grupos rivais.
Na segunda-feira, ataques retaliatórios atingiram Tripoli, acertando casas e prédios de rivais dos grupos islâmicos, incluindo o primeiro-ministro Abdullah al-Thinni.
Ele acusou as os militantes de atacarem e atearem fogo em sua casa, após saqueá-la.
Fonte: Associated Press.