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Parlamentar venezuelano se exila alegando perseguição do governo

O deputado José Manuel Olivares é conhecido pelas críticas a grave crise na saúde, deixou o país alegando perseguição contra a sua família

Primeiro Justiça, partido de Olivares, denunciou a existência de um mandado de prisão contra a esposa de outro legislador (Marco Bello/Reuters)

Primeiro Justiça, partido de Olivares, denunciou a existência de um mandado de prisão contra a esposa de outro legislador (Marco Bello/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de julho de 2018 às 15h58.

O deputado da oposição José Manuel Olivares, cuja gestão está focada em denunciar a grave crise na saúde da Venezuela, exilou-se, alegando "perseguição" por parte do governo contra a sua família.

"Minha esposa, meu filho com poucos meses, minha mãe e meu irmão estão sendo perseguidos (...) eles não estão mais limitados a perseguir o político", disse Olivares em uma carta compartilhada na quinta-feira à noite.

"Eu me unirei momentaneamente às vozes que lutam de fora", acrescentou o médico, sem especificar pra qual país viajou.

Primeiro Justiça, partido de Olivares, denunciou na segunda-feira (23) passada a existência de um mandado de prisão contra a esposa do legislador Jofreny González, acusada de intermediara compra de veículos de "procedência ilegal" com uma companhia de seguros.

"Isso nos pegou de surpresa, por isso não estamos preparados, nem política, nem econômica, nem emocionalmente", expressou Olivares, que vincula a acusação com os protestos por falta de medicamentos e com a greve que os funcionários de hospitais públicos fazem há mais de um mês, exigindo salários melhores.

A rede hospitalar pública venezuelana enfrenta uma escassez de suprimentos de 90%, segundo a Federação Médica, e uma perda de pessoal devido aos baixos salários e à onda migratória causada pela grave crise socioeconômica, com uma hiperinflação que o FMI projeta que chegue a 1.000.000% em 2018.

Além disso, soma-se a escassez de medicamentos, que chega a 85% segundo os sindicatos, e é quase total em medicamentos para doenças crônicas como insuficiência renal, câncer ou HIV.

Juan Carlos Sosa, irmão de Olivares, esteve preso por 9 meses. Foi liberado junto com outras 120 pessoas acusadas de "violência política", durante um processo de liberação, entre maio e junho, que o presidente Nicolás Maduro definiu como um gesto de "reconciliação" após protestos que deixaram cerca de 200 mortos entre 2014 e 2017.

A ONG Foro Penal argumenta que por volta de 250 venezuelanos seguem presos por "razões políticas"

Vários dirigentes da oposição, como o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma e chavistas dissidentes, como a ex-procuradora-geral Luisa Ortega, estão fora do país alegando serem vítimas de "perseguição política".

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