Parada LGBT alemã comemora aprovação do casamento igualitário
39ª edição do "Christopher Street Day" celebroyu a lei sobre o casamento entre homossexuais promulgada na sexta-feira e que entra em vigor em outubro
AFP
Publicado em 22 de julho de 2017 às 17h39.
Última atualização em 22 de julho de 2017 às 17h40.
Dezenas de milhares de pessoas, segundo a polícia, comemoraram neste sábado - no desfile do orgulho gay de Berlim - a lei sobre o casamento entre homossexuais votada no fim de junho pelos deputados alemães.
Nesta 39ª edição do "Christopher Street Day" - nome original americano retomado pelo desfile berlinense - teve como tema oficial a luta contra a extrema direita.
Mas a maior parte dos presentes comemorava também a lei sobre o casamento entre homossexuais votada em 30 de junho pelos deputados alemãs e promulgada na sexta-feira pelo presidente Frank-Walter Steinmeier. O texto entrará em vigor em outubro.
O colorido e festivo desfile percorreu, às vezes sob forte chuva, a Kurfuerstendamm, famosa avenida da antiga Berlim ocidental, até a Porta de Brandemburgo.
Marco, um dos participantes, não escondia a sua alegria: "todo mundo tem agora o direito de se casar na Alemanha, os gays e as lésbicas também!", comemorou este jovem húngaro.
"Lutamos pela mesma coisa em nosso país. É uma inspiração para nós na Hungria", país governado pelo conservador Viktor Orban, disse à AFP.
"Com o casamento gay realmente avançamos, mais ainda há discriminações diárias que são inaceitáveis", considerou Matheus.
"Ainda resta muito a ser feito, devemos continuar sendo vistos, presentes e por isso nos manifestamos, para que haja ainda mais igualdade", explicou o jovem alemão.
O Bundestag adotou a lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo a três meses das eleições legislativas, em 24 de setembro, e apenas alguns dias depois de a chanceler Angela Merkel retirar a sua oposição inicial.
A chefe do governo alemão se viu obrigada a flexibilizar a sua postura nessa questão, já que seus dois possíveis parceiros da coalizão após as legislativas - os social-democratas da esquerda e os liberais da direita - colocaram o casamento entre homossexuais como condição para qualquer tipo de aliança.
Os social-democratas, sócios minoritários na coalizão liderada por Merkel, impuseram um voto rápido, aliando-se com outros partidos de esquerda do Bundestag, de oposição.
Não entanto, Merkel votou contra a lei, explicando que, para ela, "o casamento é, segundo a nossa Constituição, uma união entre um homem e uma mulher".