Soldados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) monitoram área de mata em Caquetá, sul da Colômbia (Pedro Ugarte/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2015 às 16h13.
Havana - Os negociadores das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) afirmaram neste sábado em Havana que não se pode esperar justiça ao término do processo de paz se o Estado colombiano ficar impune e a responsabilidade com as vítimas do conflito recair apenas na guerrilha.
A mensagem foi lida pelo chefe insurgente, "Pablo Catatumbo", codinome de Jorge Torres Victoria, após o debate sobre a paz nas sessões desta semana do Congresso colombiano e a tentativa de agilizar os diálogos bilaterais que há mais de um ano abordam o tema da reparação das vítimas, entre outros assuntos.
"Não se pode pactuar um modelo de justiça em que o Estado e os determinadores fiquem impunes", destacou o representante das Farc.
"Catatumbo" lembrou os milhões de deslocados, torturados e desaparecidos, os massacres atribuídos ao paramilitarismo e a participação de menores no conflito, e se perguntou se "os partidos políticos, o empresariado, os fazendeiros e as transnacionais não assumirão nenhuma responsabilidade".
A guerrilha criticou, além disso, a posição do governo de Juan Manuel Santos ao "estigmatizar questões que a outra parte considera determinantes" e advertiu que "a paz será uma quimera" se a determinação de buscar o fim do conflito for confundida com um sinal de "rendição ou submissão".
Após o início na quinta-feira passada em Havana de um novo ciclo de conversas de paz, os insurgentes reafirmaram sua vontade de "diminuir a intensidade do conflito, para o que decretaram uma trégua unilateral que entrou em vigor no último dia 20 de julho, e agilizar o processo de diálogo com uma nova metodologia de trabalho.
As partes concordaram em avaliar dentro de quatro meses os resultados desse plano estipulado para diminuir a intensidade do conflito na Colômbia.