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Para embaixadora dos EUA na ONU ação militar é única opção

Samantha Power disse em discurso que uma ação militar limitada é a única opção que resta como resposta ao uso de armas químicas na Síria

Embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, após discurso sobre a crise na síria no Centro de Progresso Americano em Washington (Larry Downing/Reuters)

Embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, após discurso sobre a crise na síria no Centro de Progresso Americano em Washington (Larry Downing/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 20h47.

Washington - A embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, disse na sexta-feira, em seu primeiro discurso importante desde que assumiu o cargo, que uma ação militar limitada é a única opção que resta como resposta ao uso de armas químicas na Síria, já que os esforços diplomáticos estão paralisados.

"Alguns perguntam, diante do nosso cansaço coletivo com as guerras, por que não podemos usar ferramentas não militares para alcançarmos os mesmos fins? Minha resposta a essa pergunta é: exaurimos as alternativas", disse Power no Centro para o Progresso Americano.

Nos últimos dias, o presidente Barack Obama tem tentado convencer o Congresso a aprovar uma ação militar que puna o governo de Bashar al Assad pelo suposto uso de armas químicas contra civis, na madrugada de 21 de agosto. O governo sírio nega ter cometido o ataque.

Power disse que Assad "mal tirou um pedaço do seu enorme arsenal" de armas químicas, "e a comunidade internacional claramente ainda não tirou um pedaço da disposição dele para usá-las".

Advogada e ativista de direitos humanos, autora de um livro sobre a inação internacional diante de genocídios, Power descreveu o suposto ataque com gás sarin como uma "atrocidade" e um "comportamento homicida". Os EUA dizem que 1.429 pessoas foram mortas com gás sarin em subúrbios de Damasco, incluindo pelo menos 426 crianças.

"No cálculo de custo-benefício de Assad, ele deve ter pesado os benefícios militares de usar essa arma hedionda, diante do reconhecimento de que ele pode se safar porque a Rússia protegeria a Síria no Conselho de Segurança", disse Power.

Ao citar as dificuldades diplomáticas para resolver a crise síria, Power ecoou a postura de Obama, que na sexta-feira, em entrevista coletiva durante a cúpula do G20 em São Petersburgo, criticou a Rússia e a China por vetarem repetidamente qualquer resolução do Conselho de Segurança da ONU contra Assad.

"Se não conseguirmos reunir a coragem para agir quando os indícios estiverem claros, e quando a ação sendo contemplada for limitada, então nossa capacidade de liderar o mundo estará comprometida", afirmou a embaixadora em Washington.

Cerca de uma dúzia de manifestantes antiguerra se reuniram em frente ao prédio onde Power discursou.

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