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Para cada 10 homens pobres na América Latina, há 12 mulheres

Segundo o relatório, o fato de as mulheres terem níveis de pobreza mais elevados que os homens está relacionado com o mercado de trabalho

Favela do Mandela, na zona norte do Rio: de acordo com o relatório, 51% das pessoas extremamente pobres na América Latina têm menos de 17 anos de idade (Vladimir Platonow/Abr)
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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2012 às 17h42.

Brasília – A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) expressou hoje (27) preocupação com a “feminização da pobreza”, no lançamento do Relatório Panorama Social da América Latina 2012, em que foram divulgados dados sobre pobreza, políticas públicas, distribuição de renda e emprego na região. A cada dez homens latino-americanos pobres, há 12 mulheres na mesma situação.

Segundo o relatório, o fato de as mulheres terem níveis de pobreza mais elevados que os homens está relacionado com o mercado de trabalho. A porcentagem de pessoas do sexo masculino que têm algum tipo de ocupação remunerada é no mínimo 60% em todas as faixas socioeconômicas analisadas – indigentes (extremamente pobres), pobres não indigentes (pobres), vulneráveis não pobres e resto (nem pobres ou vulneráveis). As mulheres, por outro lado, não chegam a esse percentual em nenhuma das categorias, uma vez que a maioria não faz parte do mercado de trabalho.

Na análise da Cepal, são consideradas pobres as pessoas que recebem mensalmente menos de R$ 112 per capita e extremamente pobres as que ganham menos de R$ 98. As estimativas da comissão são calculadas com base no consumo calórico de uma cesta de alimentos de determinada população. São considerados preços urbanos e rurais.

Dentro do grupo das mulheres ocupadas extremamente pobres, entre 35% e 40% trabalham por conta própria (trabalhadoras informais) e cerca de 15% fazem trabalho doméstico. Do total, mais de 20% não recebem pelo trabalho que exercem. No caso das mulheres ocupadas pobres, mais de 60% são empregadas em geral ou trabalham por conta própria, cerca de 20% estão no serviço doméstico e aproximadamente 10% fazem trabalhos não remunerados.

Para a secretária executiva da comissão, Alicia Bárcena, há necessidade de se investir em políticas públicas na região voltadas a esse público, como o aumento de creches, de escolas e de informes periódicos direcionados a adolescentes. Uma das preocupações é a gravidez precoce em mulheres na adolescência, o que prejudica tanto a educação quanto a inserção no mercado de trabalho. De forma relacionada às mulheres, as crianças são outra faixa analisada pela Cepal com altos níveis de pobreza. De acordo com o relatório, 51% das pessoas extremamente pobres na América Latina têm menos de 17 anos de idade.

Veja também

O relatório da Cepal sobre a América Latina faz parte de uma série de estudos que tiveram início em 2010 sobre os aspectos sociais e a dinâmica da desigualdade na região. Os dados são uma compilação das informações semelhantes à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de cada país.

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