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Para Abbas, solução de 2 Estados é impossível com Netanyahu

Jerusalém - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou nesta quinta-feira que considera a solução dos dois Estados para o conflito palestino-israelense impossível enquanto o governo de Israel for liderado por Benjamín Netanyahu. Em reunião do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Abbas afirmou que atualmente Israel não […]

O presidente palestino Mahmoud Abbas: "O que ouvimos de Netanyahu é muito preocupante" (Abbas Momani/AFP)
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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2015 às 14h22.

Jerusalém - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou nesta quinta-feira que considera a solução dos dois Estados para o conflito palestino-israelense impossível enquanto o governo de Israel for liderado por Benjamín Netanyahu.

Em reunião do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Abbas afirmou que atualmente Israel não procura uma solução política vinculada aos dois Estados. Contribuiu para essa percepção as últimas declarações de Netanyahu à véspera das eleições israelenses de terça-feira, quando afirmou que enquanto for chefe do governo não haverá um Estado palestino.

"O que ouvimos de Netanyahu é muito preocupante", afirmou Abbas, citado pela agência de notícias palestina "Ma"an".

Na eleição de terça-feira, o partido Likud, liderado por Netanyahu, obteve 30 cadeiras (seis a mais que a coalizão de centro-esquerda União Sionista) e poderá formar um governo de ampla e homogênea maioria sustentado por diversas formações da direita nacionalista e com os ultra-ortodoxos.

"É muito preocupante escutar Netanyahu dizer que não haverá Estado palestino, que não haverá solução dos dois Estados. Nós não queremos interferir nos assuntos internos de Israel, mas isso não implica que não nos preocupemos com os direitos dos árabes de Israel e com os do povo palestino. Essa sim é nossa obrigação", explicou Abbas.

O dirigente palestino expressou sua inquietação pela mais que provável entrada no governo israelense de políticos como o líder do ultranacionalista Yisrael Beiteinu e do atual ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, a quem acusou de manter um tom racista em seu discurso.

Às vésperas da eleição, Lieberman, cujo partido obteve apenas seis deputados, expressou seu desejo de solicitar o ministério da Defesa se fizer parte do novo gabinete israelense.

Neste sentido, Lieberman disse que se assumisse o cargo, levaria a cabo em Gaza a que afirmou que seria "a última campanha" contra o movimento islamita palestino Hamas.

Abbas reiterou o direito dos palestinos de fazer valer suas reivindicações em todos os âmbitos da esfera internacional, e de "comparecer a todas as instâncias" que trabalham nessa direção.

Na reunião a proposta do Conselho Central Palestino de cortar a parceria de segurança com Israel e de fazer um replanejamento com este país também foi analisada, sem a princípio nenhuma medida concreta, informou a "Ma"an".

O presidente palestino ainda condenou o atentado terrorista de ontem na Tunísia, que deixou 23 mortos, 18 deles turistas estrangeiros.

Abbas qualificou o ataque como "um ato infame, obra de grupos extremistas com o único objetivo de prejudicar a Tunísia e sua indústria turística". EFE

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Jerusalém - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou nesta quinta-feira que considera a solução dos dois Estados para o conflito palestino-israelense impossível enquanto o governo de Israel for liderado por Benjamín Netanyahu.

Em reunião do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Abbas afirmou que atualmente Israel não procura uma solução política vinculada aos dois Estados. Contribuiu para essa percepção as últimas declarações de Netanyahu à véspera das eleições israelenses de terça-feira, quando afirmou que enquanto for chefe do governo não haverá um Estado palestino.

"O que ouvimos de Netanyahu é muito preocupante", afirmou Abbas, citado pela agência de notícias palestina "Ma"an".

Na eleição de terça-feira, o partido Likud, liderado por Netanyahu, obteve 30 cadeiras (seis a mais que a coalizão de centro-esquerda União Sionista) e poderá formar um governo de ampla e homogênea maioria sustentado por diversas formações da direita nacionalista e com os ultra-ortodoxos.

"É muito preocupante escutar Netanyahu dizer que não haverá Estado palestino, que não haverá solução dos dois Estados. Nós não queremos interferir nos assuntos internos de Israel, mas isso não implica que não nos preocupemos com os direitos dos árabes de Israel e com os do povo palestino. Essa sim é nossa obrigação", explicou Abbas.

O dirigente palestino expressou sua inquietação pela mais que provável entrada no governo israelense de políticos como o líder do ultranacionalista Yisrael Beiteinu e do atual ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, a quem acusou de manter um tom racista em seu discurso.

Às vésperas da eleição, Lieberman, cujo partido obteve apenas seis deputados, expressou seu desejo de solicitar o ministério da Defesa se fizer parte do novo gabinete israelense.

Neste sentido, Lieberman disse que se assumisse o cargo, levaria a cabo em Gaza a que afirmou que seria "a última campanha" contra o movimento islamita palestino Hamas.

Abbas reiterou o direito dos palestinos de fazer valer suas reivindicações em todos os âmbitos da esfera internacional, e de "comparecer a todas as instâncias" que trabalham nessa direção.

Na reunião a proposta do Conselho Central Palestino de cortar a parceria de segurança com Israel e de fazer um replanejamento com este país também foi analisada, sem a princípio nenhuma medida concreta, informou a "Ma"an".

O presidente palestino ainda condenou o atentado terrorista de ontem na Tunísia, que deixou 23 mortos, 18 deles turistas estrangeiros.

Abbas qualificou o ataque como "um ato infame, obra de grupos extremistas com o único objetivo de prejudicar a Tunísia e sua indústria turística". EFE

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