Paquistão quer fechar ferida de região que foi dominada por talibãs
Região de Swat, no norte do país, foi dominada por terroristas depois da morte de Bin Laden
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2011 às 07h16.
Mingora - O Exército paquistanês, no olho do furacão após a morte de Bin Laden, enalteceu na quarta-feira o sucesso de sua maior operação militar lançada contra os talibãs: a que há dois anos desalojou os fundamentalistas do vale de Swat, no norte do país.
"Swat estava virtualmente entregue aos terroristas", admitiu o chefe do Exército, Ashfaq Pervez Kiyani, em discurso pronunciado em Mingora, a principal região do vale.
O general lembrou que a população "estava aterrorizada e impotente" diante dos talibãs e que as autoridades civis e a Polícia "tinham deixado de existir".
Foram 30 mil os soldados que, apoiados pela artilharia e pela aviação, expulsaram a partir de abril de 2009 a insurgência do vale e de seus arredores.
A ofensiva militar contou com um grande apoio tanto no Paquistão quanto em Washington e outras capitais europeias, que viam com preocupação a expansão talibã.
Os combates tiveram um custo elevado para a população civil: 2,4 milhões de pessoas ficaram deslocadas, das quais 75% buscaram refúgio nas casas de outros paquistaneses e o resto em acampamentos, segundo dados do Exército.
"Acho que é difícil encontrar um paralelismo na história se consideramos a magnitude da operação", disse Kiyani.
O general fez estas declarações em um seminário organizado no vale para explorar as possibilidades de reabilitação de alguns dos paquistaneses que estiveram envolvidos em atividades insurgentes.
O primeiro-ministro, Yousuf Raza Gilani, também participou do ato para demonstrar a unidade entre seu Governo e o poderoso braço militar.
"A eliminação da ameaça radical em Swat (...) é um sucesso significativo", declarou Gilani.
Se não um sucesso, a operação em Swat é pelo menos uma referência habitual entre os acadêmicos para analisar outras missões armadas contra a insurgência.
No total, dois defensores do manual da chamada "contra-insurgência" nos EUA já demosntraram seu interesse nessa ofensiva: os generais Stanley McChrystal, que em 2009 esteve à frente das tropas internacionais no Afeganistão, e David Petraeus, seu sucessor.
Fotografias de McChrystal e de outros militares estrangeiros servem para apresentar ao Exército os centros de reabilitação que administra a dezenas de quilômetros de Mingora, onde professores e psiquiatras se esforçam para inserir na sociedade jovens que antes eram ligados à insurgência.
A unidade cívico-militar, o apoio popular e a convicção de que tinha que realizar tal ofensiva são os fatores que explicam seu desenlace, segundo expôs em outra das conferências o político e acadêmico Mushahid Hussain.
O fato é que a região, que antes do domínio talibã dependia do turismo, já não é palco de execuções públicas ou de contínuos atentados como os que tiveram início em 2007, mas ainda resta um grande desafio pela frente.
Atualmente é a presença militar que predomina nesta histórica região, à espera de que as autoridades consigam melhorar a qualidade de vida dos aldeões em um contexto pós-guerra.
Mingora - O Exército paquistanês, no olho do furacão após a morte de Bin Laden, enalteceu na quarta-feira o sucesso de sua maior operação militar lançada contra os talibãs: a que há dois anos desalojou os fundamentalistas do vale de Swat, no norte do país.
"Swat estava virtualmente entregue aos terroristas", admitiu o chefe do Exército, Ashfaq Pervez Kiyani, em discurso pronunciado em Mingora, a principal região do vale.
O general lembrou que a população "estava aterrorizada e impotente" diante dos talibãs e que as autoridades civis e a Polícia "tinham deixado de existir".
Foram 30 mil os soldados que, apoiados pela artilharia e pela aviação, expulsaram a partir de abril de 2009 a insurgência do vale e de seus arredores.
A ofensiva militar contou com um grande apoio tanto no Paquistão quanto em Washington e outras capitais europeias, que viam com preocupação a expansão talibã.
Os combates tiveram um custo elevado para a população civil: 2,4 milhões de pessoas ficaram deslocadas, das quais 75% buscaram refúgio nas casas de outros paquistaneses e o resto em acampamentos, segundo dados do Exército.
"Acho que é difícil encontrar um paralelismo na história se consideramos a magnitude da operação", disse Kiyani.
O general fez estas declarações em um seminário organizado no vale para explorar as possibilidades de reabilitação de alguns dos paquistaneses que estiveram envolvidos em atividades insurgentes.
O primeiro-ministro, Yousuf Raza Gilani, também participou do ato para demonstrar a unidade entre seu Governo e o poderoso braço militar.
"A eliminação da ameaça radical em Swat (...) é um sucesso significativo", declarou Gilani.
Se não um sucesso, a operação em Swat é pelo menos uma referência habitual entre os acadêmicos para analisar outras missões armadas contra a insurgência.
No total, dois defensores do manual da chamada "contra-insurgência" nos EUA já demosntraram seu interesse nessa ofensiva: os generais Stanley McChrystal, que em 2009 esteve à frente das tropas internacionais no Afeganistão, e David Petraeus, seu sucessor.
Fotografias de McChrystal e de outros militares estrangeiros servem para apresentar ao Exército os centros de reabilitação que administra a dezenas de quilômetros de Mingora, onde professores e psiquiatras se esforçam para inserir na sociedade jovens que antes eram ligados à insurgência.
A unidade cívico-militar, o apoio popular e a convicção de que tinha que realizar tal ofensiva são os fatores que explicam seu desenlace, segundo expôs em outra das conferências o político e acadêmico Mushahid Hussain.
O fato é que a região, que antes do domínio talibã dependia do turismo, já não é palco de execuções públicas ou de contínuos atentados como os que tiveram início em 2007, mas ainda resta um grande desafio pela frente.
Atualmente é a presença militar que predomina nesta histórica região, à espera de que as autoridades consigam melhorar a qualidade de vida dos aldeões em um contexto pós-guerra.