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Nova descoberta apoia reivindicação de Israel sobre Jerusalém

O pedaço de papiro, que a Autoridade de Antiguidades de Israel estimou ser do século 7 a.C., foi apresentado em uma coletiva de imprensa em Jerusalém

Jerusalém: para o governo de Israel, o papiro é uma refutação à Unesco (Ammar Awad/Reuters)
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Reuters

Publicado em 26 de outubro de 2016 às 22h16.

Última atualização em 26 de outubro de 2016 às 22h17.

Jerusalém - Arqueólogos israelenses trouxeram a público um fragmento de um texto antigo que dizem ser a mais antiga referência a Jerusalém em hebreu fora da Bíblia --uma descoberta que o governo rapidamente listou como prova da conexão judia com a cidade sagrada.

O pedaço de papiro de 11 por 2,5 centímetros, que a Autoridade de Antiguidades de Israel estimou ser do século 7 a.C., foi apresentado em uma coletiva de imprensa em Jerusalém pouco depois de a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que tem sede em Paris, adotar uma resolução que Israel diz negar os laços do judaísmo com a antiga metrópole.

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Duas linhas de escrita hebraica antiga no artefato frágil e desbotado dão a entender que ele era parte de um documento que detalhava o pagamento de impostos ou de transferência de bens para armazéns de Jerusalém.

"Da criada do rei, de Na'arat, jarros de vinho, para Jerusalém", diz.

A Autoridade de Antiguidades disse que seus investigadores recuperaram o documento, descrito como "a fonte extrabíblica mais antiga a mencionar Jerusalém em escrita hebraica", depois de ele ser saqueado de uma caverna por ladrões de antiguidades.

Para o governo de Israel, o papiro é uma refutação à Unesco, que muitos israelenses veem como hostil. Membros árabes da entidade e seus apoiadores criticam o Estado judeu com frequência.

"Ei Unesco, um papiro antigo da época do 1º Templo, 2.700 anos atrás, foi encontrado. Ele traz a menção mais antiga que se conhece de Jerusalém em hebreu", escreveu Ofir Gendelman, porta-voz do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no Twitter.

Emmanuel Nahshon, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, classificou a votação do Comitê de Patrimônio Mundial da Unesco nesta quarta-feira na capital francesa de "uma porcaria".

A resolução, de acordo com um texto fornecido por autoridades palestinas, se refere a um complexo em Jerusalém -- reverenciado pelos judeus como Monte do Templo e pelos muçulmanos como Haram al-Sharif (Santuário Nobre)-- somente como "local sagrado de culto muçulmano".

Israel considera Jerusalém inteira sua capital, uma posição que não tem reconhecimento internacional. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital de um Estado independente que almejam criar na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

"A descoberta do papiro no qual o nome de nossa capital Jerusalém está escrito é um indício tangível adicional de que Jerusalém foi e continuará sendo a capital eterna do povo judeu", afirmou a ministra da Cultura israelense, Miri Regev, em comentários incluídos no anúncio da Autoridade de Antiguidades sobre o achado.

Saeb Erekat, secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), acusou Israel de realizar uma campanha de "reivindicações arqueológicas e de distorção dos fatos" para tentar fortalecer sua pretensão à cidade milenar.

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