Fernández e Papa: o presidente argentino afirmou que o pontífice “fará de tudo” o que puder para ajudar o país em relação a dívida (Remo Casilli/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 06h55.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2020 às 07h09.
São Paulo — Dando continuidade a um roteiro de viagens pela Europa, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, deve encontrar seu par francês, Emmanuel Macron, nesta quarta-feira 5.
O encontro será mais uma tentativa por parte do governo argentino de buscar apoio dos países membros do Fundo Monetário Internacional (FMI). Atualmente, a dívida pública argentina ultrapassa os 300 bilhões de dólares, dos quais 44 bilhões de dólares são do FMI.
Na semana passada, Fernández iniciou uma série de viagens pela Europa com foco na renegociação da dívida argentina. A ideia é obter melhores condições para negociar o empréstimo bilionário feito pelo FMI durante o governo de Maurício Macri.
O novo presidente peronista espera chegar a um acordo com o Fundo Internacional até 31 de março. A iniciativa foi elogiado pelo credor, que disse enxergar a Argentina “em uma direção positiva” em relação a suas dívidas.
Na semana passada, Fernández esteve no Vaticano para encontrar seu conterrâneo, Papa Francisco. Apesar da breve reunião, que durou cerca de 45 minutos, o presidente argentino afirmou que o pontífice “fará de tudo” o que puder para ajudar o país em relação a dívida. J
á ontem, o peronista encontrou seu par espanhol, Pedro Sánchez, e o Rei da Espanha, Felipe VI. O país, que é o segundo maior investidor estrangeiro na Argentina, se comprometeu a apoiar uma negociação amistosa com o FMI.
“Sánchez transferiu para o novo presidente argentino a solidariedade do governo espanhol para superar a difícil situação econômica e social que a Argentina está passando, bem como o apoio no processo de renegociação da dívida”, afirmou a presidência do governo da Espanha em comunicado.
Para além do FMI, a dívida pública da Argentina já representa mais que 90% do PIB do país. A taxa fica muito acima de outros países latino-americanos. Em dezembro, por exemplo, a dívida do Brasil equivalia a 77% do PIB brasileiro.
Além da dívida, a Argentina também enfrenta uma inflação acima dos 50%, a desvalorização de sua moeda e também uma taxa de pobreza de 40%. Uma das grandes dúvidas sobre Fernández durante a campanha eleitoral era se, caso eleito, o peronista pagaria o FMI.
O próprio político chegou a afirmar que, em sua gestão, a Argentina primeiro iria crescer para depois pagar seus credores. Para o alívio dos que temiam um calote, até agora, o empenho do novo presidente em trabalhar sobre a dívida está sendo visto com bons olhos.