Mundo

Papa levará mensagem de paz e unidade à Terra Santa

A primeira viagem internacional decidida pelo papa Francisco - já que a visita ao Brasil de 2013 foi herdada de Bento XVI - será "breve, mas intensa"


	Francisco: papa se reunirá com autoridades jordanianas, palestinas e israelenses
 (Vincenzo Pinto/AFP)

Francisco: papa se reunirá com autoridades jordanianas, palestinas e israelenses (Vincenzo Pinto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 19h24.

Cidade do Vaticano - Na sua viagem à Terra Santa, o papa Francisco, além de visitar os lugares símbolos do cristianismo, levará sua mensagem para a busca da paz, o diálogo entre as religiões e o apoio à minoria cristã na região.

A primeira viagem internacional decidida pelo papa Francisco - já que a visita ao Brasil de 2013 foi herdada de Bento XVI - será "breve, mas intensa", já que serão apenas três dias, mas repletos de mensagens e momentos históricos.

Nesta viagem ao berço do cristianismo, que será realizada de 24 a 26 deste mês, o papa visitará Amã, Belém e Jerusalém, o pontífice fará 14 discursos e se reunirá com as autoridades jordanianas, palestinas e israelenses.

Francisco emitiu várias mensagens para a busca da paz e do diálogo na Terra Santa tanto em suas audiências no Vaticano quanto com o chefe de Estado israelense, Shimon Peres, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

São essas mensagens que ele reforçará nas reuniões que terá com as autoridades palestinas, israelenses e jordanianas, assim como durante os vários encontros com refugiados, entre eles o que terá no campo de Dheisheh, onde será recebido por 300 crianças.

Não é descartado também que faça menção ao conflito na Síria, que, em várias vezes, o papa defendeu para uma solução pacífica.

Espera-se que a influência do papa seja um empurrão à região para resolver seus problemas, como o patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal, afirmou.

Ele disse que Francisco passará por ali "como peregrino da paz e da unidade", em uma terra "em chamas, com muros, barreiras visíveis e invisíveis, difíceis de atravessar".

A visita à Terra Santa, como o pensou e desejou o pontífice, será, sobretudo, uma viagem símbolo do diálogo inter-religioso e ecumênico.

Por isso, o evento histórico e chave será a reunião com o patriarca ortodoxo Bartolomeu I, na mesma sala da Delegação Apostólica de Jerusalém onde se encontraram, há 50 anos, Paulo VI e o patriarca Atenágoras.

Um encontro que encerrou brigas intermináveis e excomunhões e que deu início a um caminho de reconciliação e diálogo entre os cristãos, que ainda está sendo percorrido.

O desejo de que essa viagem seja exemplo e símbolo de diálogo foi marcado pelo papa com um "gesto formidável", como o definiu o Vaticano.

Ele estará acompanhado nesta visita por dois amigos argentinos: o rabino da capital argentina, Abraham Skorka; e o professor muçulmano Omar Abboud, presidente do Instituto do Diálogo inter-religioso de Buenos Aires.

Um caminho ecumênico que terá uma importante etapa quando Francisco e Bartolomeu, com representantes de outras denominações cristãs, rezarem juntos pela primeira vez publicamente no Santo Sepulcro.

O papa também levará palavras de encorajamento aos cristãos, que, como recentemente informou o patriarca Twal, em cinco décadas, passaram de 10% a 2%. Esse também será um tema de conversa com as autoridades israelenses.

A respeito, os cristãos em Jerusalém lamentaram que não esteja previsto um encontro específico entre seus líderes espirituais, o papa Francisco e Bartolomeu.

A agência vaticana "Fides" repercutiu uma carta enviada por cristãos em Jerusalém ao núncio em Israel, Arcebispo Giuseppe Lazzarotto, em que lamentam que não haja um encontro com eles em Israel.

Segundo o texto, para o grupo será impossível ir à missa que os fiéis palestinos celebrarão em Belém.

Acompanhe tudo sobre:Igreja CatólicaPapa FranciscoPapasReligião

Mais de Mundo

Milei se reunirá com Macron em viagem à França para abertura dos Jogos Olímpicos

'Tome chá de camomila', diz Maduro após Lula se preocupar com eleições na Venezuela

Maduro deve aceitar resultado das eleições se perder, diz ex-presidente argentino

Macron só vai nomear primeiro-ministro após Jogos Olímpicos

Mais na Exame