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Palestinos apresentarão plano para estabelecer fronteiras

Palestinos apresentarão a Obama um plano para retomar as negociações de paz com Israel em conjunto com a Liga Árabe


	Bandeira palestina: em paralelo à apresentação da proposta a Obama durante sua próxima visita, uma delegação ministerial árabe visitará capitais europeias e de outras regiões do mundo para apresentá-la.
 (Mohamad Torokman/Reuters)

Bandeira palestina: em paralelo à apresentação da proposta a Obama durante sua próxima visita, uma delegação ministerial árabe visitará capitais europeias e de outras regiões do mundo para apresentá-la. (Mohamad Torokman/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Ramala - Os palestinos vão apresentar ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a sua próxima visita, um plano para retomar as negociações de paz com Israel em conjunto com a Liga Árabe, estabelecendo um prazo máximo de seis meses para delimitar as fronteiras e os mecanismos de segurança.

"A proposta coloca um prazo limite de seis meses para a negociação dos assuntos territoriais e de segurança", disse nesta quarta-feira à Agência Efe uma fonte da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

O documento não propõe nenhuma postura inovadora e supõe, em essência, uma volta aos princípios defendidos pelos representantes palestinos no último processo de negociações, iniciado em setembro de 2010 e interrompido três semanas depois.

A OLP também não modificou uma vírgula de sua postura, no que é o principal empecilho para o reinício do diálogo até agora: a exigência "sine qua non" de que sejam paralisadas, durante as negociações, as construções israelenses nos assentamentos nos territórios palestinos ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.

A proposta árabe também exige que ambas as partes cumpram com todas as obrigações das quais se comprometeram ao aceitar a proposta em 2003.

Entre as medidas que a OLP espera que Israel cumpra estão: a libertação de presos palestinos - com prioridade para os detidos antes da assinatura dos Acordos de Oslo de 1994 -, o fim das blitzes e controles militares israelenses nas estradas da Cisjordânia e a reabertura de instituições palestinas em Jerusalém Oriental.


Na primeira fase de seis meses, as partes deverão chegar a um acordo sobre dois dos principais problemas: a definição de fronteiras e o estabelecimento de medidas de segurança.

"Quanto às fronteiras, a base da negociação deve ser a divisão estabelecida em 1967 com trocas de territórios menores, que não representem mais de 1,9% dos territórios palestinos e que sejam do mesmo tamanho e condição. Isto permitirá que 65% dos colonos judeus continuem vivendo nos blocos de assentamentos", explicou a fonte da OLP.

A divisão de Jerusalém dependeria do modelo de cidade que for acordado entre as partes.

"Se Israel permitir uma cidade aberta e compartilhada sem postos de controle militares nem fronteira, então poderia se aceitar que grandes blocos de assentamentos como Pisgat Ze"ev e Neveh Yaakov ficassem dentro de Israel", se for cedido um território do mesmo tamanho e qualidade em outra área, acrescentou o funcionário palestino.

Quanto à questão da segurança, Israel exige, entre outras coisas, um Estado palestino desmilitarizado e a manutenção do controle do Vale do Jordão para evitar a entrada de terroristas através da Jordânia.

No entanto, os palestinos garantem que não vão aceitar nenhuma presença militar israelense em seu Estado, mas que estariam de acordo em tolerar a presença de "soldados de uma terceira parte" em zonas sensíveis.


"Se trataria de uma força estrangeira, não israelense, mas sua presença e seu mandato poderiam ser negociados entre as partes", afirmou o funcionário da OLP.

Por outro lado, apesar de não aceitarem a desmilitarização total do Estado, os palestinos estão dispostos a oferecer uma Palestina com "armas limitadas".

Em paralelo à apresentação da proposta a Obama durante sua próxima visita, uma delegação ministerial árabe visitará capitais europeias e de outras regiões do mundo para apresentá-la, já que a OLP entende que esta não é uma iniciativa dos palestinos para os israelenses e a Casa Branca, mas do mundo árabe para a comunidade internacional.

A OLP não vê alternativa a solução de dois Estados, mas considera que, para que o processo seja significativo e positivo, é imprescindível a existência de termos de referência claramente definidos e que Israel aceite como ponto de partida o que já foi negociado anteriormente. Até o momento, as autoridades israelenses qualificaram as exigências como precondições das quais se negaram a aceitar.

Em Ramala não existe muita fé no reinício do processo de paz e que este leve a algum resultado, mas os palestinos consideram que devem dar o primeiro passo e oferecer sua proposta "para que Palestina não pareça sempre a parte que diz não". 

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