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Países rivais buscam consenso para enfrentar jihadistas

Em comunicado conjunto Egito, Emirados Árabes Unidos, Catar e Jordânia mostraram sua vontade de agir seriamente contra grupo extremista

O ministro saudita das Relações Exteriores, o príncipe Saud al-Faysal, que desde domingo se reuniu com vários países vizinhos e inclusive com o Irã na busca de consenso na luta contra os jihadistas (STR/AFP)

O ministro saudita das Relações Exteriores, o príncipe Saud al-Faysal, que desde domingo se reuniu com vários países vizinhos e inclusive com o Irã na busca de consenso na luta contra os jihadistas (STR/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 15h19.

Os países do Golfo, potenciais sócios de Washington contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, mantiveram nesta semana negociações de alto nível, inclusive com o Irã, embora os especialistas duvidem da formação rápida de uma potente coalizão para lutar contra os jihadistas.

Os especialistas consideram que as grandes divergências e rivalidades entre alguns Estados do Golfo os impedirão de atuar lado a lado.

Dubai - Na falta de uma estratégia, o presidente americano, Barack Obama, rejeitou na quinta-feira bombardeios no médio prazo na Síria e ressaltou a necessidade de se apoiar em "sócios regionais fortes". O secretário de Estado americano, John Kerry, deve viajar em breve ao Oriente Médio.

No centro das reuniões no Golfo, encontra-se o ministro saudita das Relações Exteriores, o príncipe Saud al-Faysal, que desde domingo se reuniu com vários países vizinhos e inclusive com o Irã.

Após um encontro sobre a Síria, em um comunicado conjunto Egito, Emirados Árabes Unidos (EAU), Catar e Jordânia mostraram sua vontade de agir seriamente contra o avanço da ideologia terrorista e extremista.

O príncipe Faysal recebeu dois dias depois o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdolahian, no primeiro encontro a este nível desde a eleição do presidente iraniano, Hassan Rohani, há mais de um ano.

A Arábia Saudita sunita e o Irã xiita mantêm habitualmente relações tensas. O encontro abordou os "desafios que a região enfrenta, como o extremismo", segundo um diplomata iraniano.

Um dia depois, o chanceler saudita, acompanhado do ministro saudita do Interior e do chefe dos serviços secretos, viajou ao Catar, antes de visitar também Bahrein e EAU.

Tentativa de aproximação Arábia/Catar

Enquanto a comunidade internacional aborda atualmente a situação no Iraque e na Síria, o Catar mantém uma crise diplomática há seis meses com Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

Em março, os três países chamaram para consultas seus embaixadores em Doha, ao acusar o Catar de se envolver em seus assuntos e de desestabilizar a região devido ao seu apoio ao movimento islamita e à Irmandade Muçulmana.

Os ministros das Relações Exteriores dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) - os quatro países afetados pela crise diplomática junto a Kuwait e Omã - devem se reunir no sábado em Yeda (oeste da Arábia Saudita).

Segundo os especialistas, um fracasso desta reunião prejudicaria uma eventual frente comum no Golfo contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), classificados de inimigo número um do islã pelo grande mufti da Arábia Saudita.

"O Catar fez todo o possível para Riad gostar, mas Riad ainda não está satisfeito", considerou Abduljaleq Abdula, professor de Ciência Política na universidade de EAU.

Por sua vez, Frederic Wehrey, especialista sobre o Golfo no instituto Carnegie Endowment for International Peace, mostrou-se prudente sobre a formação de uma frente árabe comum e de uma coalizão militar contra o EI, já que os seis países da CCG têm problemas para cooperar militarmente entre eles devido à desconfiança no comando.

Wehrey também não vê que a "hostilidade mútua de Arábia Saudita e Irã com o EI evolua até uma cooperação realmente positiva", já que existem outros assuntos estratégicos que os separam.

"Não são apenas as divisões sunitas/xiitas e persas/árabes, mas também (os assuntos de) Síria, Líbano, Bahrein, o programa nuclear (iraniano) e, em especial, a presença americana na região" que Riad quer e Teerã rejeita, explicou.

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