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Países ricos são os primeiros na fila em corrida por vacina do coronavírus

O total de 1 bilhão de doses da vacina só conseguiria ser produzido no primeiro trimestre de 2022, segundo uma projeção

Vacina contra o coronavírus: a possibilidade de os países mais ricos monopolizarem a oferta, um cenário que ocorreu na pandemia de gripe suína de 2009, preocupa países pobres e organizações de saúde (Nathan Laine/Bloomberg)

Vacina contra o coronavírus: a possibilidade de os países mais ricos monopolizarem a oferta, um cenário que ocorreu na pandemia de gripe suína de 2009, preocupa países pobres e organizações de saúde (Nathan Laine/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 17h11.

Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 18h10.

Países ricos já garantiram mais de 1 bilhão de doses de vacinas contra o coronavírus, o que desperta preocupações de que o resto do mundo esteja no fim da fila no esforço global para derrotar o patógeno.

Os Estados Unidos e o Reino Unido fecharam acordos para suprimentos da Sanofi e da GlaxoSmithKline, assim como o Japão e a Pfizer. A União Europeia também tem atuado rápido para a obtenção de vacinas, muito antes da confirmação se vão funcionar.

Embora grupos internacionais e vários países prometam tornar as vacinas acessíveis a todos, as doses dificilmente acompanharão a demanda para a população global de 7,8 bilhões. A possibilidade de os países mais ricos monopolizarem a oferta, um cenário que ocorreu na pandemia de gripe suína de 2009, preocupa países pobres e organizações de saúde.

Até agora, Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e Japão garantiram cerca de 1,3 bilhão de doses de potenciais vacinas contra a covid-19, de acordo com a empresa de análise londrina Airfinity.

Opções para comprar mais suprimentos ou acordos pendentes adicionariam cerca de 1,5 bilhão de doses a esse total, segundo os números.

Projeção para produção de vacinas do coronavírus: 1 bilhão de doses só em 2022, montante insuficiente para a população global

Projeção para produção de vacinas do coronavírus: 1 bilhão de doses só em 2022, montante insuficiente para a população global (Bloomberg/Bloomberg)

“Mesmo que você tenha uma avaliação otimista do progresso científico, ainda não há vacinas suficientes para o mundo”, de acordo com Rasmus Bech Hansen, CEO da Airfinity. Também é importante considerar que a maioria das vacinas pode exigir duas doses, disse.

Alguns líderes na corrida, como a Universidade de Oxford e a parceira AstraZeneca e uma parceria entre Pfizer e BioNTech, já estão em fase final de estudos, alimentando esperanças de que uma arma para combater a covid estará disponível em breve. Mas os desenvolvedores ainda precisam superar uma série de obstáculos: provar que suas vacinas são eficazes, obter aprovação e aumentar a fabricação. A oferta mundial pode não atingir 1 bilhão de doses até o primeiro trimestre de 2022, prevê a Airfinity.

A Organização Mundial da Saúde, a Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias e a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi, na sigla em inglês) trabalham juntas para obter acesso equitativo e amplo. Esboçaram um plano de 18 bilhões de dólares em junho para desenvolver as vacinas e garantir 2 bilhões de doses até o final de 2021.

A iniciativa, conhecida como Covax, visa dar aos governos a oportunidade de cobrir o risco de apoiar vacinas sem êxito e oferecer a outros países com recursos limitados acesso a doses que, de outra forma, não seriam acessíveis.

Em junho, a AstraZeneca tornou-se a primeira fabricante a fazer parte do programa da Gavi, prometendo 300 milhões de doses. Pfizer e BioNTech sinalizaram interesse em fornecer vacinas à Covax. O Brasil, o país com o segundo maior número de casos de coronavírus, também chegou a um acordo para garantir doses da vacina Oxford-AstraZeneca.

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