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Países europeus multiplicam medidas para conter surto de covid-19

Agência Europeia de Controle de Doenças (ECDC) prevê um forte aumento da pandemia até o início de agosto

Pandemia: banhistas com máscara em Argeles-sur-Mer, na França (AFP/AFP)

Pandemia: banhistas com máscara em Argeles-sur-Mer, na França (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 17 de julho de 2021 às 16h48.

Última atualização em 17 de julho de 2021 às 16h48.

Os países europeus tentam conter a propagação da covid-19, ante o medo de um forte aumento dos casos nas próximas semanas, intensificando as restrições aplicadas a seus cidadãos ou endurecendo as regras de entrada em seus territórios.

Na turística ilha de Mykonos, capital da festa noturna na Grécia, as festas terminarão cedo após a imposição de um toque de recolher noturno entre 01h00-06h00, o mesmo horário do aplicado no dia anterior na cidade de Barcelona, na Espanha.

A França exige, a partir deste sábado, um teste negativo de covid nas últimas 24 horas a todos os não vacinados procedentes do Reino Unido, Espanha, Portugal, Chipre, Grécia e Holanda, além de incluir em sua lista "vermelha" de países com risco pandêmico Cuba, Indonésia, Moçambique e Tunísia.

Mais de 110 mil pessoas manifestaram-se neste sábado em diferentes cidades da França, segundo o Ministério do Interior, contra a vacinação obrigatória para alguns profissionais e a necessidade de apresentação de certificado de saúde para ter acesso à maioria dos locais públicos a partir de agosto.

A variante Delta prejudicou os planos de muitos países europeus, que relaxaram as medidas anticovid e confiavam em um verão de normalidade progressiva graças ao rápido avanço da vacinação em grande parte do continente. No entanto, os contágios voltam a crescer e se prevê um novo cenário de risco desta pandemia, que já deixou mais de 4 milhões de mortos no mundo.

A Espanha registra um crescimento acelerado do número de casos, especialmente entre jovens que ainda não se vacinaram, e tem cerca de 8 milhões de cidadãos submetidos a toques de recolher. As mortes, no entanto, continuam reduzidas, graças aos altos índices de vacinação, comemorados hoje pelo chefe de governo. "Na próxima semana, um em cada dois espanhóis estará totalmente imunizado", assinalou Pedro Sánchez, durante ato do Partido Socialista.

A Agência Europeia de Controle de Doenças (ECDC) prevê um forte aumento da pandemia até quintuplicar o número de casos novos até 1º de agosto. No entanto, acredita que o número de hospitalizações e mortes não crescerá tanto.

Peregrinação a Meca

No Brasil, um dos países mais enlutados com mais de meio milhão de mortes, o impulso da campanha de vacinação levou a uma melhora da situação, com uma média de 1.252 mortes diárias esta semana, contra quase 3.000 no início de abril. Por outro lado, no Pacífico, as autoridades australianas não conseguem conter o surto detectado em Sydney após semanas de confinamento, e ordenaram o fechamento do comércio.

Nos Estados Unidos, a desaceleração da campanha de vacinação, devido ao receio dos mais relutantes, gerou um conflito entre a Casa Branca e o Facebook, o qual o presidente Joe Biden acusa de "matar gente" por não combater as informações falsas sobre o vírus na plataforma.

Outro fator de aceleração da pandemia pode ser a grande concentração de pessoas para eventos esportivos, como os iminentes Jogos Olímpicos, ou a peregrinação anual de muçulmanos a Meca, que começou neste sábado.

Em Tóquio, os organizadores dos Jogos anunciaram a detecção de um primeiro caso de covid-19 na Vila Olímpica.

Em Meca, a capacidade foi limitada a 60.000 participantes, apenas sauditas ou estrangeiros residentes devidamente vacinados, bem longe dos 2,5 milhões de 2019. Além disso, robôs distribuíam garrafas de água sagrada e os peregrinos não podem tocar a Kaaba.

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