Mundo

Ou reformamos, ou enfraquecemos, diz Macron sobre a Europa

Presidente francês, um fervoroso defensor da Europa, disse que sem uma reforma radical de sua governança o continente vai enfrentar seu desaparecimento

Emmanuel Macron: "eu acredito em uma soberania europeia que nos permita nos defender e existir" (Louisa Gouliamaki/Reuters)

Emmanuel Macron: "eu acredito em uma soberania europeia que nos permita nos defender e existir" (Louisa Gouliamaki/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 8 de setembro de 2017 às 10h08.

Atenas - A Europa arrisca ser subjugada pela China e os Estados Unidos a não ser que se torne mais soberana e democrática, disse nesta quinta-feira o presidente da França, Emmanuel Macron, em um discurso destacando a dimensão de sua ambição de reformar a União Europeia.

Em um discurso realizado simbolicamente na colina de Atenas onde gregos antigos deram luz à democracia alguns milhares de anos atrás, Macron, um fervoroso defensor da Europa, disse que sem uma reforma radical de sua governança o continente vai enfrentar seu desaparecimento.

"A fim de não ser comandando por potências maiores como os chineses e americanos, eu acredito em uma soberania europeia que nos permita nos defender e existir", disse Macron no topo da colina de Pnyx, com o espetacular plano de fundo do Parthenon no pôr do sol.

"Vocês tem medo desta ambição europeia?".

Eleito há quatro meses, o líder de 39 anos quer um salto gigante na cooperação europeia, que na questão econômica veria acriação de um orçamento da zona do euro, de um ministro das Finanças e um parlamento.

Macron disse que mais instituições democráticas vão ajudar a responder à onda populista que levou ao crescimento de líderes da extrema-direita, como Marine Le Pen, a quem derrotou em maio, e ajudou a impulsionar a bem-sucedida campanha do Brexit, que levou o Reino Unido a votar para deixar a União Europeia.

Ele disse que vai divulgar um mapa para o futuro da União Europeia nas próximas semanas, após a eleição alemã de 24 de setembro, e quer que líderes europeus concordem antes do final do ano em realizar debates públicos na primeira metade de 2018, durante os quais cidadãos poderão discutir suas visões para o bloco.

"Eu não quero um novo tratado europeu discutido a portas fechadas, nos corredores de Bruxelas, Berlim ou Paris", disse Macron.

Estes debates - chamados de "convenções democráticas", que Macron propôs durante sua campanha presidencial francesa - vão ajudar a formar as bases da Europa para os próximos 10 a 15 anos.

Macron também disse apoiar a ideia de dar os 78 assentos do Reino Unido no Parlamento Europeu para representantes pan-União Europeia eleitos por todos os cidadãos da UE após o Brexit.

Acompanhe tudo sobre:Emmanuel MacronEuropaFrança

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia