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Otan pede apoio para financiar exército afegão

Órgão quer o financiamento das forças de segurança afegãs a partir de 2014 para manter a estabilidade no país e na região

Os ministros da Defesa da Otan começaram nesta sexta a analisar que capacidade o exército e a polícia do país (Aref Karimi/AFP)

Os ministros da Defesa da Otan começaram nesta sexta a analisar que capacidade o exército e a polícia do país (Aref Karimi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 18h08.

Bruxelas - A Otan pediu nesta sexta-feira às potências mundiais que apoiem o financiamento das forças de segurança afegãs a partir de 2014 para manter a estabilidade no país e na região.

Segundo o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen, trata-se de uma 'responsabilidade' do conjunto da comunidade internacional, que beneficiará a todos.

O político dinamarquês lembrou também que muitos países do mundo se comprometeram a apoiar o Afeganistão durante os próximos anos em uma recente conferência sobre o futuro do país realizada em Bonn, na Alemanha.

O Afeganistão, um país extremamente pobre, não tem condições de financiar os bilhões de dólares necessários para manter a imensa força militar que criou com o apoio da Otan e por isso precisa da ajuda externa.

Até o momento, os Estados Unidos pagaram as despesas quase integralmente, mas não estão dispostos a fazer isso a partir de 2014, quando a maior parte das tropas aliadas sairá do país, deixando aos afegãos a responsabilidade de lidar com a insurgência talibã.

Os ministros da Defesa da Otan começaram nesta sexta a analisar que capacidade o exército e a polícia do país precisarão manter para enfrentar essa situação e poder estimar o custo.

'Qual deveria ser o tamanho a longo prazo das forças de segurança afegãs e como vamos dividir o custo de nosso apoio entre os vários membros da comunidade internacional? Essas são as discussões que começaram aqui e que continuarão em Chicago', explicou o titular britânico, Philip Hammond.


Chicago realizará em maio a cúpula de chefes de Estado e do governo da Otan, onde a Aliança pretende definir seu compromisso a longo prazo com o Afeganistão.

Rasmussen destacou nesta sexta que o debate apenas começou e que ainda não há decisões sobre o tamanho das forças afegãs nem quanto custará mantê-las.

No entanto, diversos países já estimaram 230 mil soldados como uma opção realista, o que geraria uma despesa próxima a US$ 4 bilhões, de acordo com fontes da Aliança.

O ministro da Defesa francês, Gérard Longuet, afirmou que esses 230 mil efetivos e policiais seriam um número 'razoável'.

Atualmente, o exército e a polícia do Afeganistão somam cerca de 320 mil membros, que aumentarão para 352 mil ao longo deste ano. A ideia da Otan é que a longo prazo e com a situação do país estabilizada, o número seja reduzido para um nível mais sustentável.

Atingidos pela crise econômica, os aliados esperam a contribuição de outros países, entre eles os da região, caso, entre outros, da Índia e da China, a partir de 2014.

A Aliança Atlântica voltou a insistir nesta sexta que mantém o objetivo de se retirar do Afeganistão no final deste ano e que até esse momento serão mantidas no país as tropas de combate.


As declarações do secretário de Defesa americano, Leon Panetta, criaram polêmica na quinta-feira ao dar a entender que os EUA deixariam de combater em 2013, o que foi negado depois pelo Pentágono e pela Otan.

Rasmussen reafirmou nesta sexta que a Aliança ficará no Afeganistão até o final de 2014, como já havia sido decidido anteriormente, e que seus soldados lutarão em apoio a seus parceiros afegãos sempre que for necessário.

O prazo exato para a retirada dos soldados estrangeiros, no entanto, será discutido na cúpula de Chicago, explicou.

Nas últimas semanas, foi retomado o debate sobre o calendário de saída do Afeganistão, após a França ter anunciado que retirará suas tropas de combate em 2013, deixando apenas as equipes para treinar soldados afegãos.

O ministro francês explicou que isso será possível por causa da transferência da área sob controle das forças francesas às afegãs neste ano, o que permitirá que em 2013 o processo de transição seja concluído. 

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